Descrição de chapéu Obituário Maria Nair de Castilho (1924 - 2023)

Mortes: A professora inesquecível de Mauricio de Sousa

Maria Nair de Castilho lecionou na rede pública paulista e no Liceu Pasteur

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São Paulo

Exigente, rígida e extremamente incentivadora, a professora de português Maria Nair de Castilho marcou a trajetória de muitos alunos. Passaram pelos seus ensinamentos a cantora Rita Lee, o cartunista Mauricio de Sousa e o político Gilberto Kassab, entre tantos.

O criador da "Turma da Mônica" inclusive presenteou a sua "querida professora Maria Nair", como escreveu em dedicatória, com o livro "Mauricio – A História que não está no Gibi" (Primeira Pessoa, 2017).

À Folha ele sintetizou a importância que a docente teve em sua vida. "Minha querida professora de português Maria Nair de Castilho, responsável por tantos ensinamentos que me ajudam até hoje nos momentos em que a 'Turma da Mônica' se comunica com seus milhares de leitores, me deixa mais uma emoção; a saudade... Com lembranças indeléveis ao mesmo tempo que exigentes... Com elegância e confiança nos nossos futuros. Sabe aquela professora inesquecível? Pois Maria Nair foi uma delas... para sempre", escreveu.

Maria Nair de Castilho (1924 – 2023)
Maria Nair de Castilho (1924 – 2023) - Arquivo pessoal

Para Kassab (PSD), ex-prefeito de São Paulo e atual secretário estadual de Governo e Relações Institucionais, Maria Nair era rigorosa em sala de aula, mas sabia ser compreensiva nas dificuldades. "Não media esforços para ensinar seus alunos e ajudá-los a superar esses obstáculos", declara.

Ele conta que a professora o incentivava nas redações e chegou a comentar em algumas oportunidades que ele tinha vocação para a política.

"Por ser vizinha do Liceu Pasteur, estava sempre disponível para atividades extraordinárias com alunos e era muito presente na comunidade escolar, participando de muitos eventos e festividades, que eram frequentes no colégio", recorda.

Nascida em Jaú (a 287 km de São Paulo), Maria Nair cresceu na Vila Mariana, zona sul paulistana. Era filha de um contador e de uma dona de casa.

Em 1941, aos 17 anos, foi efetivada como professora na rede estadual de São Paulo. Mudou-se para Mogi das Cruzes (região metropolitana), onde iniciou sua trajetória docente.

O cartunista Mauricio de Sousa presenteou a antiga professora de português com um de seus livros e uma dedicatória
O cartunista Mauricio de Sousa presenteou a antiga professora de português com um de seus livros e uma dedicatória - Reprodução

Jovem e independente, morava em Mogi de segunda a sexta e na capital aos finais de semana.

Segundo a engenheira Vera Regina Amaral de Castilho, 62, uma das sobrinhas, ela trabalhou nas escolas estaduais Anne Frank, no Jardim São Francisco (zona leste) e Marechal Floriano e no colégio franco-brasileiro Liceu Pasteur —os dois últimos na Vila Mariana.

No Liceu Pasteur, além de docente foi chefe da cadeira de português, conforme conta Vera. "Aprendi português com a minha tia. Sou muito grata pelos seus ensinamentos."

Além das escolas, a professora também chegou a elaborar as provas de português da Fuvest, responsável pelo vestibular da USP, e a participar das bancas de correção.

Morreu no dia 22 de fevereiro, aos 98 anos, em decorrência de Alzheimer, insuficiência respiratória aguda e síndrome do imobilismo. Deixou as sobrinhas Vera Regina, Sandra Marta e Márcia Fernanda.

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