A sabedoria morava no campo, no lar da dona de casa Dalila Cesarino Martins. Apesar de ter cursado até o primário, compreendia a vida como poucos e procurava ensinar aos demais.
O tom humano que utilizava para amenizar críticas feitas a outras pessoas estava 24 horas presente. Segundo o genro, o jornalista Roberto Souza, 64, quando ouvia alguém criticando outra pessoa, perguntava em tom de ponderação: você a conhecia?
Dalila nasceu em Jaú e, após o casamento, mudou-se para Piracicaba, ambas cidades no interior de SP, onde construiu sua família. Era descendente de italianos até no time predileto: era palmeirense.
Dormia poucas horas por noite. Além dos afazeres de casa, ajudava o marido na montagem das caixas de legumes e verduras para a venda. Gostava de trabalhar na agricultura.
Foi a avó que lhe ensinou o que mais gostava de fazer: cozinhar. “Dona Dalila gostava de ser valorizada pelo dom de cozinhar. Às vezes, ela preparava uns oito pratos diferentes, para agradar a todos”, diz Souza.
De hábitos simples, assistia aos noticiários e paparicava o papagaio de estimação, que aprendeu a imitá-la.
“Ela viveu para ajudar ao próximo. Estava sempre à disposição dos vizinhos. Dona Dalila nos deixou muitas lições de vida, entre elas, que não é preciso estudar para aprender a respeitar os outros”, afirma Souza.
Dalila Cesarino Martins morreu dia 11 de novembro, aos 74 anos, por complicações pós-cirúrgicas para corrigir aneurisma na aorta. Deixa o marido, três filhos e quatro netos.
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