Ernesto escolhera ser geólogo porque poderia explorar vários países com a profissão. O exemplo vinha dos pais, antiquários que viajavam em busca de objetos do passado.
Doutor em sua área, ele deixou Berna, na Suíça, e foi trabalhar com mineração nos EUA, na Groenlândia e na Bolívia, sempre ao lado da esposa, a professora Christina.
Dos lugares remotos, entre tribos indígenas e ursos polares, o casal veio parar no interior de Bahia em 1976. O contrato com a empresa alemã seria de dois anos, mas Ernesto se encontrou nas paisagens brasileiras e foi ficando.
Criou sua própria empresa de planejamento de minas e consultoria em meio ambiente, a Geoklock. E implementou novas tecnologias de remediação de solos contaminados, quando não havia essa preocupação por aqui.
Mas Ernesto queria ir além de descontaminar áreas. Criou o Instituto Ekos em 2001, que atua na preservação. O projeto queridinho do geólogo é o Parque Nacional Cavernas do Peruaçu, no norte de Minas. A região, rica em pinturas rupestres, foi restaurada e hoje é gerida pelo Ekos, em parceria com o ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade).
Sexagenário, Ernesto passou a colecionar não só pedras preciosas, mas também fotografias e voos. Desbravou como piloto e fotógrafo os Andes e a Amazônia. "Ele estava descobrindo o país por cima, e mesmo nas viagens que pedíamos para ele não ir, ele sempre ia", conta a filha Ana Cristina. Ernesto sonhava em fazer uma volta ao mundo.
No entanto, sofreu um acidente com o avião que pilotava ao registrar Jacareacanga (PA), no dia 23 de fevereiro, aos 73 anos. Viúvo, deixa as duas filhas, Ana Cristina e Stefania, e quatro netos.
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