Uma rebelião, seguida de tentativa de fuga em massa, terminou com 22 pessoas mortas na tarde desta terça-feira (10) em um complexo penitenciário em Santa Izabel do Pará, na região metropolitana de Belém.
O governo estadual confirmou a morte de um agente prisional, 16 presos e cinco criminosos que estariam ajudando na fuga dos detentos pelo lado de fora da prisão. Outros quatro agentes ficaram feridos.
Veja a seguir algumas das rebeliões que deixaram mais mortos em presídios brasileiros:
1992 - Massacre do Carandiru, São Paulo (SP) - 111 mortos
No dia 2 de outubro de 1992, uma briga deu início a um conflito generalizado no pavilhão 9 do Carandiru. Forças policiais invadiram o local e mataram 111 presos, cada um com uma média de cinco tiros. Nenhum policial morreu. Os detentos sobreviventes ainda foram obrigados a tirar as roupas e passar por um corredor polonês formado por PMs. Depois, foram convocados para ajudar a empilhar os corpos.
2017- Massacre em Manaus, Amazonas - 67 mortos
Em uma semana, rebeliões em Manaus deixaram pelo menos 67 mortos em janeiro de 2017. A maior parte morreu após rebelião no Complexo Penitenciário Anísio Jobim –primeiro, o governo informou que eram 56 mortos, mas mais três corpos foram encontrados uma semana depois. No dia seguinte, mais quatro detentos morrem na Unidade Prisional de Puraquequara (UPP), também em Manaus. Seis dias depois, uma rebelião na cadeia de Raimundo Vidal Pessoa deixou quatro mortos.
2017 - Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, Boa Vista (RR) - 33 mortos
Quatro dias após a morte de 60 detentos em duas penitenciárias de Manaus (AM), outros 33 presos foram assassinados na madrugada do dia 6 de janeiro de 2017, desta vez no maior presídio de Roraima, a Penitenciária Agrícola de Monte Cristo –o governo divulgou uma lista com 31 mortos, mas encontraram mais dois enterrados no dia seguinte à rebelião.
2004 - Casa de Custódia de Benfica, Rio de Janeiro (RJ) - 31 mortos
Em uma das rebeliões mais violentas das últimas décadas, 30 presos foram mortos na casa de custódia de Benfica, no Rio, em maio de 2004. Na batalha entre duas facções criminosas, que durou 61 horas, foi assassinado também um agente penitenciário. Os cadáveres foram encontrados aos pedaços, o que chegou a dificultar a contagem e a identificação das vítimas.
1987 - Penitenciária do Estado, São Paulo (SP) - 31 mortos
Em 29 de julho de 1987, os detentos simularam uma briga no pavilhão 3 da Penitenciária do Estado e fizeram 70 reféns. A entrada da PM para conter o motim gerou 31 mortes.
2002 - Presídio Urso Branco, Porto Velho (RO) - 27 mortos
Em janeiro de 2002, 27 presos foram mortos –um deles decapitado–, no presídio Doutor José Mário Alves da Silva, conhecido como Urso Branco, em Porto Velho (RO). As mortes em Urso Branco ganharam repercussão internacional pela brutalidade, que envolveu casos de decapitação, choque elétrico e enforcamento.
2017 - Penitenciária de Alcaçuz, Nísia Floresta (RN) - 26 mortos
Dando sequência à crise penitenciária do começo de 2017, um motim deixou pelo menos 26 mortos na Penitenciária de Alcaçuz, a maior do Rio Grande do Norte. Todos os corpos foram decapitados ou carbonizados.
2018 - Centro Penitenciário de Recuperação do Pará - 22 mortos
Nesta terça, 22 pessoas morreram em uma rebelião, seguida de tentativa de fuga no Centro Penitenciário de Recuperação do Pará, no Complexo de Santa Izabel, região metropolitana de Belém.
Entre os mortos, há um agente prisional, 16 presos e cinco criminosos que ajudavam na fuga pelo lado de fora da prisão. Outros quatro agentes ficaram feridos.
Segundo o governo estadual, a ação foi realizada de maneira coordenada. Um grupo de presos iniciou um motim dentro do presídio, enquanto criminosos tentavam fazer o resgate de detentos pelo lado de fora do complexo, que fica às margens da rodovia BR-316.
2013 - Complexo Penitenciário de Pedrinhas (MA) - 60 mortos
Em 2013, série de rebeliões deixou 60 mortos, parte deles decapitados, no complexo prisional de Pedrinhas, na capital maranhense.
1989 - 42º Distrito Policial de São Paulo (SP) - 18 mortos
Em 5 de fevereiro de 1989, após tentativa de rebelião no 42º DP, na zona leste, cerca de 50 detentos foram colocados em uma cela de 1m x 3m, na qual foi lançado gás lacrimogêneo: 18 presos morreram asfixiados e 12 foram hospitalizados.
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