“Eu te amo”, repetia o radialista Paulo Barboza em seus programas. O afeto com os ouvintes era a sua marca. Não à toa, tinha como aposto “o maior amor de São Paulo”, dado pela cantora Fafá de Belém.
“Ele era ‘o cara’ da rádio AM na época em que ela tinha uma força popular muito grande. Tinha uma coisa de família, de carinho”, diz Fafá.
Para o colega Ricardo Leite, Paulo era “um comunicador clássico”. “Ele conversava com você [o ouvinte]. Estava ali para te fazer companhia.” Por 58 anos, a voz marcante passou por emissoras como Globo, Record, América e Capital.
Atualmente, apresentava programas na Super Rádio e na Rádio ABC —com o quadro “Bom Dia Vovó” na primeira e o “Boa Tarde Vovó” na segunda. Passou ainda pela TV, com programas na Gazeta, no SBT e na Record.
Durante 47 anos, foi casado com Eliane. O amor que tanto proclamava em suas transmissões era presente também na vida pessoal. “Quando fiz ‘Alma Gêmea’, comentei com ele que a música cabia muito para eles dois”, diz o compositor Peninha.
Em 2015, sofreu um baque forte ao perder o grande amor de sua vida para um câncer. “Ele quase chorava pelas palavras que me escrevia”, conta Ricardo. Recuperou-se ao conhecer um novo amor, Simone. No sábado, Paulo sentiu um arrepio esquisito e comentou com a namorada: “Foi como se a Eliane tivesse passado por mim”.
Morreu após um infarto na primeira hora de segunda-feira (16), aos 73. Deixa a companheira Simone, os filhos Paulo Eugênio e Alexandra, três netos e milhares de ouvintes que se perguntam, agora, quem vai falar com eles.
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