Epidemia de crack exp�s drama racial em cidade da Calif�rnia nos anos 1980
Peter DaSilva - 17.05.07/The New York Times | ||
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Casa abandonada em regi�o degradada de Oakland |
A epidemia de crack que tomou conta de Oakland em meados dos anos 1980, com hot�is decadentes tomados por usu�rios e traficantes, afetou a popula��o de tal modo que, no final dos anos 90, a cidade tentava revitalizar seu centro com um programa de habita��o familiar para atrair 10 mil novos moradores.
Oakland, vizinha a S�o Francisco e na �poca com menos de 400 mil habitantes, foi uma das cidades mais atingidas pela droga, que primeiro surgiu na costa oeste dos EUA como uma alternativa mais barata e viciante � coca�na.
O poder p�blico levou anos para reconhecer o problema e respondeu com for�a policial, dando in�cio � maior onda de pris�es em massa e constru��o de diversos pres�dios na Calif�rnia.
Como os locais de venda eram com frequ�ncia palco de viol�ncia, o Congresso aprovou uma lei em 1986 que tornou a posse de crack mais punitiva do que coca�na, droga usada por maioria branca e mais rica. Cinco gramas de crack davam cinco anos de pris�o, enquanto, para coca�na, eram necess�rios 500 gramas.
Fam�lias foram desfeitas, "beb�s do crack" eram abandonados em hospitais e sequelas daquela �poca s�o vista ainda hoje nas comunidades negras.
"Pelo menos, naquele tempo, t�nhamos propriedades e neg�cios. Hoje, n�o tem um negro na minha rua com casa pr�pria ou loja", disse La'Cole Martin numa reportagem do "SF Weekly".
Martin, que trabalha numa ONG para fam�lias carentes, vive no mesmo bairro de Oakland em que cresceu e viu seu pai e sua tia se viciarem. Ele acabou preso, e ela ainda luta contra o v�cio.
COMUNIDADE
A aus�ncia de pol�ticas p�blicas levou � forma��o de grupos comunit�rios para pensar solu��es, criar campanhas educativas e divulgar acessos a tratamentos.
A iniciativa era in�dita no pa�s, e um dos grupos era o Oakland Crack Task Force que, sem ajuda financeira, organizava atividades. Num semin�rio, o ator ganhador do Oscar Lou Gossett fez um discurso para 6.000 pessoas.
A histeria do crack sumiu do notici�rio com a chegada das drogas sint�ticas e por que n�o havia mais ganho pol�tico na quest�o, j� que democratas e republicanos concordavam com a estrat�gia de encarceramento em massa.
"Eram negros e assustavam a classe m�dia branca. Os pol�ticos jogavam com isso", disse o professor de sociologia Craig Reinarman, da Universidade da Calif�rnia Santa Cruz, organizador do livro "Crack in America", de 1997. "Os usu�rios n�o ficam assim s� porque colocam um cachimbo na boca. S�o pessoas que j� estavam desesperadas e marginalizadas. Ent�o o problema n�o se resolve apenas tirando o cachimbo e jogando na pris�o."
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