BRAS�LIA - Desacreditada, sob suspeita, boa parte da classe pol�tica brasileira emite sinais de que, mesmo assim, est� de costas para o pa�s. A ficha parece que n�o caiu no Congresso, em especial na C�mara dos Deputados, para a situa��o de pen�ria das contas p�blicas.

Na semana passada, pressionados por corpora��es, deputados n�o tiveram coragem de aprovar medidas para facilitar o ajuste fiscal dos Estados e derrubaram o veto tempor�rio a reajuste de servidores. Ficaram de bem com este eleitor em detrimento dos demais.

Foi um sinal negativo preocupante. Se j� foi assim agora, como ser� quando forem analisar a reforma da Previd�ncia? Sem falar que tem deputado querendo derrubar o teto dos gastos na proposta de renegocia��o da d�vida dos Estados.

Encastelados em Bras�lia, nossos pol�ticos s�o ref�ns, com muito bom gosto, de todo tipo de corpora��o. Uma minoria consegue gritar alto e manter seus privil�gios. Enquanto isso, fora da capital, a maioria corre risco do desemprego e de ter sua empresa fechada.

A sensa��o � de que bastou uma discreta melhora no cen�rio econ�mico, t�mida e nada segura, para que nossos parlamentares se comportassem como se o pior j� tivesse passado. N�o passou. Pelo contr�rio. O Estado brasileiro segue quebrado.

Se o pa�s n�o for capaz de recuperar as contas p�blicas, o que depende do Congresso Nacional, a desconfian�a e a falta de credibilidade voltar�o a reinar por aqui. E o Brasil corre o risco de seguir patinando.

A equipe de Henrique Meirelles tem alertado para esse perigo. Na renegocia��o da d�vida dos Estados, cumpriu seu papel. Foi derrotada, mas quem perdeu foi o Brasil.

A turma de Bras�lia parece se esquecer do que a hist�ria nos ensina: num cen�rio de desastre econ�mico, os governantes de plant�o s�o os que pagam a conta. Nada mais justo. Se n�o s�o capazes de garantir prosperidade, t�m de sair da frente.