A produção e o consumo de produtos orgânicos tiveram forte aceleração na última década na União Europeia. A produção, no entanto, não é suficiente para a demanda da região, dando espaço para importações de outros países, principalmente de produtos tropicais.

Essas compras externas são feitas, em sua maioria, por meio de acordos entre os países. Nas Américas, Argentina, Chile, Costa Rica e Estados Unidos têm acordos com a União Europeia.

Os europeus são importantes para o agronegócio brasileiro, mas essa área de orgânicos poderia ser mais bem aproveitada pelos agricultores nacionais.

Em 2020, a União Europeia importou 2,9 milhões de toneladas de produtos orgânicos, principalmente de hortifrútis.

As vendas mundiais desses alimentos somaram 120 bilhões de euros (R$ 669 bilhões) em 2020. Os europeus participaram com 37%; os norte-americanos, com 41%; e os chineses, com 8,5%.

Conforme dados divulgados nesta quarta-feira (18) pelo DG Agriculture and Rural Development, da União Europeia, a área de orgânicos aumentou 50% de 2012 a 2020 na União Europeia, ocupando 9,1% do total cultivado nesse bloco econômico.

A área ocupada com esses produtos subiu para 14,8 milhões de hectares, 20% do total cultivado no mundo.

O estudo mostra que, além das vantagens para o meio ambiente e para a sustentabilidade, os custos de produção, em geral, são menores, embora a produtividade nem sempre atinja o padrão dos produtos convencionais.

Os gastos com a proteção e a nutrição das plantas ficam cerca de 80% menores do que na produção de alimentos convencionais. No caso dos fertilizantes, a redução de custos é de 45% a 90%, dependendo do produto e do país.

A produtividade pode ser menor, mas os preços mais elevados compensam a renda dos produtores. Daí a importância da continuidade das pesquisas, segundo os analistas do setor. Há uma busca por inovação e troca de informações entre agricultores, consultores e cientistas.

A produção de orgânicos está colocando mais mulheres na direção de propriedades agrícolas na União Europeia e segurando mais jovens no campo.

O estudo mostra que 21% das propriedades agrícolas voltadas para a produção de orgânicos têm um dirigente com menos de 40 anos.

Entretanto, o setor precisa avançar mais na produção de animais dentro dos padrões orgânicos. Bovinos representam 6% do total do bloco; frangos, 3,6%; e porcos, 1%.

França, Espanha, Itália e Alemanha têm as maiores áreas de produção de orgânicos na Europa. Juntas somam 59% do espaço dedicado a essa atividade na União Europeia.

Chegando Detentora de um dos maiores bancos de germoplasma de soja do mundo, a norte-americana Stine Sementes está colocando os pés no Brasil com o lançamento de novas variedades no país.

Chegando 2 Segundo a direção da empresa, a Stine não poderia ficar de fora do principal mercado produtor de soja do mundo. A empresa já atua no mercado de milho do Brasil.

Não é só o Brasil Os europeus também sentiram o encolhimento do mercado chinês de carne suína. De janeiro a setembro, a União Europeia vendeu 51% a menos dessa proteína para a China.

Gripe aviária Os Estados Unidos completam um ano de gripe aviária no país com 731 focos, atingindo 47 estados. Pelo menos 57,9 milhões de aves já foram afetadas desde janeiro de 2022, segundo o Usda.