Zagallo foi um técnico revolucionário para a época, pois pensava o jogo de uma maneira estratégica, como os grandes técnicos atuais.
Quando assumiu a seleção brasileira em 1970, próximo à Copa, disse que o meio-campo tinha de ser mais preenchido, com três jogadores, como fazem os treinadores modernos. Por isso, substituiu Edu, que era um ponta agressivo, por Rivellino, um meio-campista.
Zagallo percebeu também, como os treinadores atuais, que zagueiros não eram somente para marcar e deslocou o volante Piazza para a defesa, de onde começava a armação das jogadas com um bom passe.
Nem sempre ele estava certo, mas teve a lucidez para mudar, quando percebeu ser necessário.
Assumiu a seleção e no primeiro dia disse que o time precisava de um clássico centroavante, artilheiro. Com o tempo, os treinos e os jogos, mudou de ideias e me escalou na posição de centroavante.
Ele me disse bem perto do Mundial: "Você será o titular, mas não quero que jogue recuado como faz no Cruzeiro, quero você à frente de Pelé e Jairzinho". Perguntou-me: "Dá para jogar dessa maneira?". Respondi: "Não há problema". Virei um centroavante armador, como Evaldo no Cruzeiro.
Zagallo foi um técnico à frente do tempo. Fazia treinos táticos diariamente para defesa e ataque. A seleção de 1970 foi espetacular porque unia o coletivo com o individual, como são hoje as melhores equipes mundiais.
Obrigado, Zagallo, pela grande contribuição que deu ao futebol brasileiro e mundial. Você sempre estará entre os grandes treinadores da história.
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