� professor e vice-diretor da Escola de Administra��o de Empresas da FGV-SP.
Empres�rio por necessidade
Quando o pa�s vai mal, percebe-se o aumento consider�vel no n�mero de empreendedores, muitos dos quais ex-funcion�rios demitidos em fun��o da crise.
Em geral, eles abrem neg�cios com pouca barreira de entrada, ou seja, que n�o requerem nenhuma expertise ou condi��o espec�fica para serem iniciados. Restaurantes a quilo, oficinas mec�nicas e pequenos com�rcios s�o exemplos de tais empreendimentos.
� o que chamamos de empreendedorismo por necessidade, que n�o gera muitos empregos, tem baixo potencial de crescimento e funciona mais como uma forma de subsist�ncia da fam�lia. � o que ocorre em muitos pa�ses pobres, cuja popula��o tem como �nica op��o empreender, j� que os empregos formais s�o poucos.
Sabemos que o desemprego � algo dif�cil e dolorido. Mas gastar todas as economias de uma vida em um neg�cio que n�o d� certo � pior ainda.
Por isso, minha recomenda��o � a seguinte: v� com muita calma. Se voc� tem uma ideia, comece na sua casa mesmo, cortando ao m�ximo os custos fixos.
Procure testar sua ideia diretamente com seu cliente, aperfei�oando o produto � medida que vai recebendo seu feedback.
E o mais importante: esteja sempre aberto �s conting�ncias, ou seja, se voc� identificar uma oportunidade de neg�cio diferente daquela que voc� estava seguindo, n�o hesite em mudar tudo e perseguir esta oportunidade.
Como seus custos fixos s�o baixos, n�o h� um grande problema em fazer isso.
Dessa forma voc� vai passando de um empreendedor por necessidade para um empreendedor por oportunidade!
� este tipo de empres�rio que consegue gerar empregos e renda, transformando a vida de um n�mero muito maior de pessoas.
Segundo o estudo GEM - Global Entrepreneurship Monitor, no in�cio dos anos 2000, o Brasil contava com um ter�o de empreendedores por oportunidade e dois ter�os por necessidade.
Em 2014 esse n�mero foi o oposto, ou seja, um ter�o por necessidade e dois ter�os por oportunidade. Com a crise, a grande quest�o � como ficar�o esses percentuais no pr�ximo ano.
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