Pep Guardiola ganhou de novo. Desta vez, a final da Copa da Inglaterra, contra o rival local, United. Mas o mais marcante mesmo foi o primeiro gol. Nada de tiki-taka com 200 toques na bola até a defesa ficar zonza. Gündogan recuou do meio campo para o goleiro, que deu um chutão até Haaland. Este raspou de cabeça e a bola sobrou para o mesmo Gündogan abrir o placar de fora da área. Doze segundos para um gol que Abel, Felipão ou Mourinho assinariam com prazer.
No fim, foi 2 a 1 —com Gündogan fazendo outro gol após cobrança ensaiada de escanteio.
Agora, o seu Manchester City está a um jogo da temporada perfeita. No próximo sábado (10), ele faz a final da Champions League contra a Inter de Milão, em Istambul. E, pelo que os dois times vêm desempenhando ao longo dos últimos meses, só um novo milagre tira de Pep Guardiola a almejada tríplice coroa (copa e título nacionais + título europeu).
Esta será a segunda final no Estádio Olímpico Ataturk, atualmente casa do glorioso Karagumruk, oitavo colocado do Turcão. Construída em 2002, a arena foi palco da final da Champions de 2005, entre Liverpool e Milan, que ficou conhecida como o Milagre de Istambul.
Na ocasião, o Milan, treinado pelo querido Carlo Ancelotti, abriu 3 a 0 no primeiro tempo, com um gol de Maldini e dois de Crespo. Na etapa final, liderados pela garra de Gerrard, o Liverpool empatou com três gols em sete minutos. Nos pênaltis, o goleiro-bailarino Dudek (que nunca mais fez nada), foi o herói do título do Liverpool com duas defesas —o pegador de pênaltis Dida só pegou um.
Era uma época diferente da atual e o Milan tinha mais força no elenco e na conta bancária, o que mudou radicalmente nas duas últimas décadas. Daí a volta por cima do Liverpool ter sido considerada um milagre.
Istambul receberia a final de 2020, mas a pandemia provocou a mudança da sede. Na ocasião, os oito clubes finalistas entraram em uma espécie de bolha, em Lisboa, até a decisão entre o Bayern (campeão) e o PSG.
Curiosamente, a finalíssima volta a ter um time inglês (quase árabe) contra uma equipe de Milão. Mas será necessário todo o Vaticano de prontidão para a Internazionale conseguir algo parecido com o milagre de 2005.
Para muitos, milagre (e sorte) foi o fato de a Inter ter chegado à final. No caminho, o sorteio foi gentil e os italianos enfrentaram Porto, Benfica e o rival local, Milan. Digamos que não foi nenhum grande obstáculo. Já o City teve pela frente Red Bull Leipzig e depois as pedreiras Bayern de Munique e Real Madrid. Amassou todos.
Um título do City também significa que o campeão da Libertadores deste ano terá a oportunidade de fazer um raro amistoso contra a equipe de Pep Guardiola no torneio pré-temporada conhecido como Mundial de Clubes. Chance para alguma torcida entoar o cântico natalino "Manchester City, pode esperar, a sua hora vai chegar…".
Se City x Inter não promete muita emoção, há um grande jogo ainda para acontecer na Europa: West Ham x Fiorentina, na final da Conference League, em Praga, que deve contar com uma presença razoável de festivos hooligans.
Espécie de Série C do continente, a Conference League está se tornando uma ótima oportunidade para equipes de tradição levantarem qualquer tipo de troféu. Ano passado, Roma e Feyenoord já fizeram uma grande final.
Talvez o campeão da Conference devesse ser convidado para participar do Mundial de Clubes. Um Fiorentina x Palmeiras ou West Ham x Flamengo parecem jogos muito mais factíveis.
Bia Haddad gugando
Bia Haddad fez o jogo mais longo do ano no tênis feminino para passar às quartas de final de Roland Garros. Após quase quatro horas e uma virada daquelas que Gustavo Kuerten já proporcionou no saibro, poderia ter até desenhado o coração na terra batida. Quem sabe não desenha depois da partida desta quarta (7), contra a tunisiana Ons Jabeur, que já foi número 2 do ranking?
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