Neste domingo (8), o Carnegie Hall, em Nova York, celebrará os 60 anos, quase 61, do concerto "Bossa Nova at Carnegie Hall", de 21 de novembro de 1962, um dos trampolins para a implantação da bossa nova nos EUA. Meses antes naquele ano, a gravação de "Desafinado", de Tom Jobim e Newton Mendonça, pelo saxofonista Stan Getz e o guitarrista Charlie Byrd, chegou ao hit parade da revista Billboard, inclusive em primeiro lugar, e jazzistas loucos pelo novo ritmo tomaram o Rio. Foi o que levou o empresário americano Sidney Frey a promover o concerto —além de, claro, gravá-lo em seu selo Audio Fidelity e vendê-lo em disco.
Roberto Menescal será o único remanescente daquela noite no novo concerto. Outros convidados são o pianista Daniel Jobim, neto de Tom, a cantora britânica Celeste e os brasileiros Seu Jorge, Carol Blazin e Carlinhos Brown. E por que também não chamaram Sergio Mendes, Marcos Valle, Wanda Sá, Claudette Soares, Joyce Moreno, Leila Pinheiro, Paula Morelenbaum, Cris Delanno, Mario Adnet e o eterno bossa-novista Caetano Veloso? Estão todos na praça, em grande forma, e mais bossa nova do que eles, impossível.
No concerto de 1962, ela esteve a cargo de João Gilberto, Tom Jobim, Carlos Lyra, Luiz Bonfá, Oscar Castro Neves, Milton Banana, Agostinho dos Santos e o próprio Sergio Mendes. Outros, como o guitarrista Bola Sete e a cantora Carmen Costa, muito bons, mas sem nada a ver com a bossa nova, só estavam lá porque moravam em Nova York.
Já a lista dos ausentes ilustres de 1962 é impressionante: Sylvia Telles, Johnny Alf, João Donato, Baden Powell, Alayde Costa, Os Cariocas e o Tamba Trio, todos com enorme tarimba de palco. Além da musa Nara Leão. Por que não foram? Por timidez, medo de avião e falta de convite.
Pois nem isso impediu que os americanos se apaixonassem pela bossa nova e, como sempre fazem com as bossas alheias, se apoderassem dela.
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