![ruy castro](http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/15321466.jpeg)
� escritor e jornalista. Considerado um dos maiores bi�grafos brasileiros, escreveu sobre Nelson Rodrigues, Garrincha e Carmen Miranda. Escreve �s segundas,
quartas, sextas e s�bados.
Num barrac�o a 45 graus
Paulo Portilho/Riotur | ||
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Desfile do Imp�rio Serrano, neste s�bado (25), na Marqu�s de Sapuca� |
RIO DE JANEIRO - Em sua capa de fevereiro de 1962, criada por Glauco Rodrigues, a revista "Senhor" mostrava um arlequim estilizado –tra�os do chap�u, da m�scara, da roupa de losangos– e a frase: "Ele vem a�". Mais nada, nem precisava. Era o Carnaval. Aquele n�mero da "Senhor" trazia fic��o por Isaac Bashevis Singer, humor por Jo�o Bethencourt, a poesia de Jo�o Cabral, grandes cartuns de Jaguar e altas prosopopeias de Paulo Francis sobre psican�lise. Nada disso mereceu chamada de capa. Ele vinha a�.
A imprensa carnavalesca do Rio tem 150 anos. Podem-se compor grandes antologias com seu material e, uma delas, de 1943, organizada por Wilson Louzada, era estrelada por Manuel Antonio de Almeida, Machado de Assis, Arthur Azevedo, Olavo Bilac, Jo�o do Rio, Dante Milano, Jos� Lins do R�go, Marques Reb�lo, Lucio Cardoso, Rubem Braga, Jorge Amado, Jorge de Lima. Todos escreveram maravilhas sobre o Carnaval.
Mas esses eram os ilustres, que viam a festa de fora. Os verdadeiros cronistas do Carnaval eram os rep�rteres de 1900, que cobriam os clubes, ranchos e cord�es, sentiam-se t�o foli�es quanto jornalistas e se assinavam Vagalume, Peru dos P�s Frios, A.Zul, K.K.Reco, K.Noa. Seus descendentes foram Lucio Rangel, Jota Efeg�, Eneida de Moraes e tantos outros, que, cada qual � sua maneira, anotaram tudo que puderam.
O ideal � quando os eruditos vergam sua metodologia � suada realidade dos fatos. Foi o que fizeram Suet�nio e Rachel Valen�a ao escrever "Serra, Serrinha, Serrano – O Imp�rio do Samba", publicado em 1981 e relan�ado agora (Record, 433 p�gs.), acrescido de 33 Carnavais. Aqui est� tudo sobre o Imp�rio Serrano: seus homens, mulheres, cantos, ritmos, festas, lutas.
� uma aula, mas n�o s�. � tamb�m uma hist�ria de amor, num barrac�o a 45 graus, entre uma historiadora –Rachel– e uma escola de samba.
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