![ronaldo caiado](http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/15184344.jpeg)
� senador pelo DEM-GO.
Escreve aos s�bados,
a cada duas semanas.
N�o se terceiriza a democracia
O pa�s paga hoje o pre�o de uma op��o errada –e agora irrevers�vel. Em vez de convocar novas elei��es ao tirar Dilma Rousseff da Presid�ncia, tese que defendi e fui voto vencido, optou por dar posse a seu vice, Michel Temer.
Assumiram Michel Temer e sua trupe, do segundo escal�o do PT, oferecendo ao pa�s mais do mesmo. O pa�s tornou-se ref�m da agenda de sobreviv�ncia dos que est�o no poder: governantes �s voltas com a Justi�a e empenhados em tudo fazer para evit�-la.
O custo � alto. O Or�amento desvia-se de suas finalidades e torna-se instrumento de a��o pol�tico-fisiol�gica –e criminosa. O resultado � o que vemos: mais impostos, mais gastos desnecess�rios, mais ingovernabilidade, mais corrup��o.
O povo, que em massa pediu o impeachment, trocou as ruas pelas redes sociais –e de l� destila sua frustra��o. Ocorre que pol�tica � a��o; se nada for feito, nada mudar�.
� preciso que as pessoas de bem busquem ocupar os espa�os p�blicos. Se querem sanear a pol�tica, que a abracem, candidatando-se, entrando nos partidos, criando movimentos, grupos de debate, em busca
de construir propostas alternativas.
Benjamin Disraeli, primeiro-ministro brit�nico do tempo da rainha Vit�ria, dizia, com raz�o, que uma sociedade s� tem chances de triunfar se os homens de bem tiverem a mesma aud�cia dos corruptos. � essa
aud�cia que tem faltado � maioria.
Vejo ainda poucas exce��es, mas que s�o animadoras: o Renova Brasil, movimento criado pelo publicit�rio Nizan Guanaes; e os movimentos oriundos do impeachment, o Nas Ruas e o Movimento Brasil Livre (MBL).
A mensagem que eles passam � de a��o, ocupa��o da cena p�blica, em defesa da democracia.
Em vez de terceirizar o problema, transferindo-o aos militares, como querem alguns, � preciso investir na interven��o civil. N�o pode o pa�s, a cada elei��o, votar de qualquer maneira e depois sofrer quatro anos de ressaca moral, rangendo os dentes nas redes sociais.
� o que tem ocorrido. O resultado � que a rejei��o aos pol�ticos deriva perigosamente para a rejei��o � pol�tica –e sem ela n�o h� democracia, o �nico regime que embute o ant�doto contra os seus males: as elei��es. Permite que se derrube o grupo pol�tico hegem�nico de modo pac�fico e construtivo.
Mas, para tanto, � preciso agir. A in�rcia n�o leva a parte alguma e tem sido o grande veneno da pol�tica brasileira.
N�o adianta chorar o leite derramado. At� as elei��es de 2018, n�o se pode esperar nada diferente do esquema que est� no governo e no Congresso. Se o presidente cair, sua linha sucess�ria manter� o padr�o herdado. No tempo que resta at� as pr�ximas elei��es, � preciso que nova mentalidade se imponha, para gerar ao menos expectativa de renova��o para a outra legislatura.
O Legislativo � o grande espa�o de renova��o. Ali est�o todas as tend�ncias pol�ticas da sociedade. � o mais transparente dos Poderes e o que tem, al�m da miss�o de fiscalizar, a de estabelecer as regras do jogo, por meio da aprova��o de leis. Diferentemente do que ocorre no Executivo, que elege s� uma tend�ncia.
No entanto, isso depende fortemente da vigil�ncia do eleitor. E poucos se lembram em quem votaram –e menos ainda cuidam disso com a devida anteced�ncia. Pergunto ao leitor: voc� j� pensou em quem votar� para o Congresso em 2018?
Voc�, que pensa com larga anteced�ncia em quem ser� o t�cnico da sele��o e na escala��o da equipe, j� pensou na escala��o dos que ir�o nos representar por quatro anos, sobretudo no Congresso? Comece a pensar
nisso. A democracia agradece.
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