� senador pelo DEM-GO.
Escreve aos s�bados,
a cada duas semanas.
Ambiente pol�tico nacional precisa de renova��o por meio de elei��es diretas
O ano de 2016 foi, sem d�vida, um dos mais significativos da hist�ria republicana brasileira. Marca o advento de uma opini�o p�blica genu�na, � margem da opini�o publicada.
As multid�es, aos milh�es, ocuparam as ruas de todo o pa�s � revelia da m�dia, das lideran�as pol�ticas e das corpora��es trabalhistas. Todas, sem exce��o, perderam interlocu��o e credibilidade com a sociedade, que hoje dispensa intermedi�rios.
A popula��o articulou-se pelas redes sociais e uniu-se em torno de bandeiras comuns, sem cunho ideol�gico. Pedia �tica na pol�tica, transpar�ncia nas contas p�blicas e, numa palavra, justi�a aos maus agentes p�blicos. N�o � mais poss�vel governar o pa�s como antes, nem mais se admite um Estado isolado em torres de marfim.
A sociedade mostrou-se ciente n�o apenas dos danos decorrentes da corrup��o mas tamb�m do mau uso dos impostos, que configuram uma das mais altas cargas tribut�rias do planeta, sem a contrapartida dos mais elementares servi�os p�blicos.
Se o pa�s exibe p�ssimos �ndices na educa��o e oferece sa�de e seguran�a p�blicas desqualificadas, n�o � por falta de recursos, mas pelo desvio e mau uso deles. De toda essa mobiliza��o popular resultaram o impeachment da presidente da Rep�blica e o desmascaramento de seu partido, o PT, cuja a��o predadora conjugou corrup��o e m� gest�o, em n�veis sem precedentes.
O efeito colateral desse processo � o descr�dito generalizado da classe pol�tica. Os justos (e os h�) pagam pelos pecadores. O povo sente-se tra�do.
Por essa raz�o, propus a antecipa��o para 2017 das elei��es no �mbito federal, abrangendo Congresso e Presid�ncia. Nada de pessoal contra o presidente Michel Temer, mas � ineg�vel que seu governo, com seis ministros j� afastados no rastro de den�ncias, e ele pr�prio j� citado nas dela��es da Odebrecht, fragilizou-se e perdeu sintonia com as ruas.
Objetivamente, governo e Congresso n�o t�m autoridade moral para efetuar as reformas indispens�veis: previdenci�ria, trabalhista e tribut�ria, entre outras. Pelo alcance e profundidade, e pelo sacrif�cio que imp�em � popula��o, exigem credibilidade por parte de quem as encaminha. As dela��es em curso, que precisam ainda ser depuradas, comprovadas e hierarquizadas, lan�am suspeitas sobre toda a classe pol�tica e as institui��es do Estado.
Nem os pol�ticos, nem os ditos movimentos sociais e as corpora��es falam mais pela popula��o. E esse � um fen�meno que s� a renova��o de todo o ambiente pol�tico-institucional, via elei��es diretas, pode curar. Incluo o mandato ocupado por mim no que proponho.
Quem n�o deve n�o teme as urnas, e o povo saber� separar o joio do trigo -ali�s, s� ele poder� faz�-lo. N�o significa que o novo presidente estar� investido de dons miraculosos. Mas, com certeza, ter� autoridade moral, delegada pela maioria, para encaminhar as mudan�as necess�rias. E s�o mudan�as urgentes, a serem debatidas e explicitadas no curso da campanha.
As contas do pa�s est�o exauridas. A aprova��o da PEC do Teto foi fundamental, mas insuficiente.
Credibilidade � a palavra-chave. Precisamos readquiri-la. Sem ela, o abismo entre sociedade e Estado ir� se aprofundar e o pa�s ingressar� de uma vez num quadro de anomia, cujo desfecho � imprevis�vel. H� chances para sa�da pac�fica e construtiva, desde que a classe pol�tica se submeta ao batismo purificador das urnas.
Nesses termos, 2017 pode ser um ano ainda mais marcante na consecu��o de uma meta a que todo o pa�s aspira: a refunda��o da Rep�blica. Uma Rep�blica que fa�a jus a seu nome. Feliz Ano-Novo!
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