![ronaldo caiado](http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/15184344.jpeg)
� senador pelo DEM-GO.
Escreve aos s�bados,
a cada duas semanas.
O Brasil tem pressa
Quando se diz que a crise brasileira � pol�tica, n�o significa que se circunscreva aos partidos e aos poderes em lit�gio, o Legislativo e o Executivo. O alcance e os danos s�o bem maiores. Abrangem o conjunto da sociedade, com efeitos danosos sobre os mercados, o emprego, as rela��es exteriores –comerciais e financeiras–, o �nimo e autoestima de cada cidad�o. Da� a necessidade de n�o protelar o seu desfecho.
O pa�s est� paralisado h� meses; ningu�m investe, ningu�m planeja e muitas empresas n�o suportam o quadro de imprevisibilidade –umas fecham suas portas, outras reduzem seus quadros.
O resultado � o que vemos: �ndices econ�micos cada vez mais deprimentes, perda de credibilidade do pa�s, desemprego em n�veis in�ditos, tens�o nas ruas e nos lares. O pior que pode acontecer ao pa�s, em tais circunst�ncias, � priv�-lo de um retorno r�pido � normalidade. E isso est� acontecendo.
Ao insistir em classificar de golpe o processo constitucional de impeachment, chancelado pelo STF, a presidente e aliados n�o s� insultam as institui��es como estimulam suas mil�cias a manter o ambiente de anormalidade. Golpe, sim, � isso.
Recorrem a chicanas jur�dicas, acionam a m�dia internacional com acusa��es infundadas, pressionam o Senado para esticar prazos na execu��o do rito do processo, prometem recorrer da vota��o da C�mara. Tudo em busca n�o de solu��o, mas de agravar os problemas, de modo a impedir um desfecho.
Agora mesmo, a pretexto do feriado –e crise n�o tem feriado–, perdem-se dias preciosos para a instala��o da comiss�o especial do Senado que examinar� a decis�o da C�mara. O regimento interno disp�e que o colegiado deve ser constitu�do no mesmo dia em que a den�ncia � lida no plen�rio. Foi assim no impeachment de Fernando Collor; nada impediria que assim o fosse tamb�m agora. Mas n�o foi.
N�o se trata de cercear o direito de defesa, de resto exercido � exaust�o pelo advogado-geral da Uni�o, Jos� Eduardo Cardozo. N�o se pede que o rito suprima a defesa. Pede-se o contr�rio: que a defesa n�o comprometa o rito. O que est� claro � que o governo n�o aceita o processo, quer transfigur�-lo em golpe e anul�-lo.
Isso foi dito com todas as letras por deputados da base governista na vota��o da C�mara. Amea�aram com "rea��o nas ruas", na mesma linha do que j� haviam manifestado dirigentes da CUT e da Contag, em pleno Pal�cio do Planalto, al�m do pr�prio Lula, que amea�ou chamar o "ex�rcito do St�dile", o dirigente da organiza��o criminosa conhecida por MST. Golpe, sim, � isso.
O adiamento pelo STF do julgamento da liminar do ministro Gilmar Mendes, que impede a nomea��o de Lula � Casa Civil, � outro fator protelat�rio, que mant�m o ex-presidente como ministro informal, assediando parlamentares.
Lula comparou sua miss�o a opera��o de "Bolsa de Valores", em que a cada momento as a��es oscilam. Perdeu na C�mara e precisa de prazo para agir no Senado. Golpe � isso.
A presidente aproveita o intervalo e vai ao exterior com a inten��o de denunciar o "golpe", incidindo em novos delitos contra o Estado democr�tico de Direito. N�o h� golpe quando se cumpre a Constitui��o.
O impeachment deriva dos crimes de responsabilidade, amplamente demonstrados no processo em exame. Dos mais de 30 pedidos que chegaram � C�mara –inclusive um da OAB–, o que foi submetido a voto se at�m �s pedaladas. Petistas e defensores de Dilma gostam de fugir do assunto ao dizer que n�o existe nenhuma dela��o contra a presidente. Mentem. � s� ver que, se a linha fosse Pasadena, obstru��o de Justi�a e Lava Jato, n�o faltariam den�ncias.
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