![ronaldo caiado](http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/15184344.jpeg)
� senador pelo DEM-GO.
Escreve aos s�bados,
a cada duas semanas.
2016, mais um ano abatido
Desde 2014, assistimos a um festival de mentiras que tentam explicar o fracasso econ�mico do governo do PT. Inclu�ram nesse "pot-pourri" desde a esgotada crise internacional at� o excesso de feriados!
Um conjunto de argumentos que completava a nega��o das escolhas ideol�gicas, que passaram pela amplia��o de despesas fiscais, rompimento de contratos (setor el�trico e Petrobras) e compra desenfreada de apoio pol�tico por aparelhamento da m�quina p�blica. Ali�s, Dilma s� usa o seu mandato em benef�cio pr�prio e para blindar aliados envolvidos em corrup��o.
Mal come�ou 2016 e a farsa continua. O n�cleo ideol�gico segue intacto, com o governo rejeitando a redu��o de seu tamanho ao mesmo tempo em que aumenta tributos e sonha em ressuscitar a CPMF.
O governo ignora que sua falha estrutural, ou seja, sua forma de ver o pa�s, contamina as perspectivas de todos os agentes econ�micos. A exemplo do que foi feito no ano passado, quando a receita projetada no Or�amento foi R$ 173 bilh�es acima da realizada, o governo manobrou para elevar a estimativa deste ano, ao propor um crescimento de 16,5% em rela��o � arrecada��o de 2015.
Essa estrat�gia pode ser traduzida da seguinte forma: quanto maior a estimativa de receita or�ament�ria, maior o volume de gastos que podem ser autorizados. Essa � a semente do expansionismo fiscal que, certamente, resultar� no novo deficit de 2016, e, a partir da�, redobra-se a press�o inflacion�ria.
Nessa trilha de n�o solu��o, todos sabem, o pior est� por vir. O poder de compra das fam�lias continuar� caindo, com mais ang�stia e menor bem-estar. O desempenho da atividade econ�mica de 2015, entre -3,5% e -3,7%, que nasceu de erros e nega��es, converteu-se na maior recess�o desde 1990, quando o PIB (Produto Interno Bruto) recuou 4,35%.
Ao mesmo tempo em que promete equilibrar as contas fiscais, o governo prop�e uma nova rodada de incentivos aos segmentos "vencedores" (constru��o civil, por exemplo), com novos cr�ditos a custos abaixo dos de mercado, sob a alega��o de que os bancos oficiais podem repassar aos tomadores os custos (segundo o governo) mais reduzidos de capta��o, independentemente do risco que isso representa. Essa � a mesma estrat�gia que jogou o pa�s nessa situa��o.
Os intervencionistas est�o em busca de um atalho que n�o existe para sair da crise. Na cabe�a petista, esses setores comprariam bens e servi�os de outros. E por um efeito multiplicador a propaga��o por toda a economia retiraria o pa�s da crise.
Contudo, n�o bastasse a baix�ssima credibilidade do governo, que n�o deixa prevalecer os efeitos positivos, o mecanismo proposto implica amplia��o da despesa fiscal.
A menor rentabilidade dos bancos implicar� menor dividendo para o Tesouro. Esse � o canal pelo qual as finan�as federais s�o esgar�adas. Os agentes econ�micos, diferentemente da opini�o p�blica que n�o � especialista, percebem essa contamina��o das contas fiscais e se retraem, anulando a inten��o do governo.
Essa conjuntura exigiria um governo com capacidade de condu��o pol�tica, mas os erros negados e o posicionamento ideol�gico travam qualquer chance de recupera��o por solu��o dos problemas. � um novelo cl�ssico de governo incapaz: � incapaz porque � fr�gil e � fr�gil por ser incapaz.
A solu��o continua sendo, pelo conjunto da obra (e n�o menos relevante, pelas perspectivas), o impedimento da presidente, visto que o pa�s n�o suporta mais nega��es e tampouco fantasias e mentiras.
Livraria da Folha
- Cole��o "Cinema Policial" re�ne quatro filmes de grandes diretores
- Soci�logo discute transforma��es do s�culo 21 em "A Era do Imprevisto"
- Livro de escritora russa compila contos de fada assustadores; leia trecho
- Box de DVD re�ne dupla de cl�ssicos de Andrei Tark�vski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade