![ronaldo caiado](http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/15184344.jpeg)
� senador pelo DEM-GO.
Escreve aos s�bados,
a cada duas semanas.
Erros do PT sacrificam a popula��o
Os brasileiros est�o perplexos com o estado de degrada��o da economia. At� setembro, mais de 650 mil vagas formais de emprego foram fechadas; em 12 meses, mais 1,2 milh�o de empregos foram perdidos; o poder de compra dos sal�rios caiu 4% em um ano; a taxa de infla��o alcan�a 10%, e a recess�o deve ser de 3%, com perspectiva de nova depress�o em 2016. Para corrigir esse quadro estarrecedor, qual foi o caminho adotado pelo governo?
Al�m da emenda constitucional de restaura��o da CPMF e do projeto para repatriar capitais de origem duvidosa, foram adotadas 11 iniciativas: dez medidas provis�rias e um projeto de lei. Ainda podem ser distribu�das entre cinco medidas de natureza meramente arrecadadora (incluindo venda de ativos); uma de natureza administrativa (de pouca efic�cia); uma para facilitar a negocia��o com desempregados (PPE); e quatro que descarregam o �nus sobre a popula��o, seja na forma de redu��o do suporte social, seja na diminui��o de pens�o por morte e seguro-desemprego ou na eleva��o do custo previdenci�rio do trabalho.
Um governo que demonstrou n�o ter apre�o pela restri��o or�ament�ria –e as pedaladas est�o a� para provar– n�o se qualifica para pedir sacrif�cios � popula��o. Dilma e sua equipe econ�mica precisam saber que n�o enganam mais e que o rumo do ajuste precisa desfazer o que nunca deveria ter sido feito. Como transferir recursos fiscais para um grupo de empres�rios escolhidos, por exemplo.
Nesse ponto, cabe uma sugest�o de ajuste eficiente: em um dos anexos da Lei Or�ament�ria de 2015, encontram-se R$ 91 bilh�es gastos em subs�dios, sendo R$ 23 bilh�es destinados ao BNDES como fonte para a tal "Bolsa Empres�rio". Esse valor nasce da diferen�a entre a taxa de juros paga e a taxa arrecadada pelo governo. Em meio a um mar de car�ncias, despesas como essas n�o podem passar inc�lumes. � necess�rio tratar do pagamento antecipado do BNDES ao governo, seja diminuindo a carteira de t�tulos do banco, seja pela venda de seus ativos.
Afinal, antes de pedir, por exemplo, que estudantes sejam punidos com a perda do Fies, n�o seria socialmente prefer�vel que os poucos empres�rios privilegiados com os bilh�es de reais do BNDES percam subs�dios?
O governo fez escolhas erradas, e a crise est� a�. As escolhas para o ajuste seguem esse caminho, e o des�nimo tomou conta da popula��o e dos agentes econ�micos. Nesse quadro, os ide�logos petistas defendem o retorno �s pr�ticas da nova matriz econ�mica, que, embora ningu�m saiba muito bem o que seja, tem significado a amplia��o dos gastos p�blicos como forma de ampliar a demanda e os investimentos.
Esse trajeto jamais foi observado no mundo. Entre os fatores determinantes do investimento, h� os de fora da economia, que decorrem do julgamento que se faz da disposi��o pol�tica do governo, bem como de sua ideologia. O governo do PT controlou pre�os para disfar�ar a infla��o, desestruturou a Petrobras, aniquilou o setor el�trico, defendeu um protecionismo anacr�nico, manipulou a pol�tica monet�ria e tenta agora controlar a taxa de c�mbio com um car�ssimo programa de swap cambial (perda de R$ 120 bilh�es at� o fim de setembro).
Esses s�o alguns pontos de escolhas equivocadas, dirigidas pela ideologia, que explicam por que esse governo � desacreditado e por que hoje ele representa a maior amea�a ao Brasil.
Caminhos existem, mas, enquanto vivermos nesse presidencialismo predador, em que a presidente usa e abusa de cargos e negociatas, o Brasil ficar� ref�m dessa crise gestada e alimentada pelo Planalto.
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