![ronaldo caiado](http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/15184344.jpeg)
� senador pelo DEM-GO.
Escreve aos s�bados,
a cada duas semanas.
Os riscos da continuidade
J� s�o tr�s protestos nacionais em menos de seis meses indicando a vontade popular por mudan�as significativas. De uma pauta difusa evolu�mos para o consenso de que a corrup��o, a situa��o econ�mica e a instabilidade pol�tica s� ser�o solucionadas se partirmos da origem de toda a crise: o gabinete presidencial.
A partir da�, tr�s hip�teses foram levantadas: a ren�ncia de Dilma Rousseff, o que seria menos traum�tico, por�m pouco prov�vel; a cassa��o da presidente pelo TSE, diante da comprova��o do uso de propinas do petrol�o na campanha eleitoral; e o impeachment pelo descumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal. Fatos para qualquer desdobramento existem. O aumento da ingovernabilidade, o recorde hist�rico nos �ndices de reprova��o e a abrang�ncia do esc�ndalo da Lava Jato deram o car�ter de urg�ncia para que for�as pol�ticas buscassem uma solu��o.
O que se seguiu, infelizmente, foi s� a piora do quadro. Enquanto a oposi��o n�o conseguiu encontrar um caminho �nico em resposta � popula��o, medidas do ajuste fiscal se mostraram in�cuas, desemprego e infla��o sa�ram de controle. As pessoas continuaram indo �s ruas em todas as convoca��es feitas em defesa de uma sa�da constitucional. No entanto, para setores empresariais, da imprensa e do pr�prio parlamento, a incongru�ncia dos l�deres que deveriam capitanear esse momento se revelou temer�ria. Momentaneamente, alguns retrocederam � cautela da 4� via: manter Dilma.
Prolongar essa sangria por mais tr�s anos � a melhor situa��o? Ser� que sustentar uma presidente sem legitimidade, completamente desconectada da popula��o, sem a confian�a do mercado e incapaz de propor mudan�as que corrigiriam seus pr�prios erros � mesmo o caminho mais vi�vel para o pa�s? Teimo em dizer que o "continu�smo" � o pior caminho agora por um �nico motivo: a falta de credibilidade.
Vivemos uma crise de representatividade. Em qualquer pesquisa h� maioria para o impeachment. Se n�o faltam fatos concretos para o avan�o jur�dico, por que ignorar os protestos que continuam por todo o pa�s? A Lava Jato aponta bilh�es roubados no petrol�o para financiar o PT e a campanha de Dilma, mas n�o s�o suficientes para a cassa��o da presidente pelo TSE? Centenas de prefeitos, governadores e parlamentares perderam mandatos por corrup��o. Ela est� acima da lei?
� um governo ac�falo, em estado catat�nico, capaz de anular qualquer um que se disponha a mudar os rumos da pol�tica e da economia do pa�s. Vejam o que fizeram ao ministro da Fazenda, Joaquim Levy, que caiu em desgra�a diante da turma da "nova matriz econ�mica bolivariana". A ponto de o governo escalar o deputado federal Jos� Guimar�es para informar sobre o renascimento da CPMF em uma nova roupagem.
Se Guimar�es carece de lideran�a na pr�pria C�mara, imagine diante do setor produtivo e da popula��o brasileira. O pa�s n�o aceita o retorno desse tributo t�o nocivo, que prejudica todas as etapas da produ��o e recai sobre os ombros do trabalhador.
Enquanto isso, o corte de minist�rios � um engodo. A sinaliza��o � que Dilma vai manter estruturas que ser�o anexadas a outras pastas e apenas retirar� o "status" de ministros do presidente do Banco Central e da articula��o pol�tica, por exemplo. O Brasil tem de pagar por mais esse estelionato, sem nenhum corte de gastos do governo?
Com Dilma, o �nico cen�rio poss�vel � o desastre. � preciso entender a necessidade de um redirecionamento pol�tico. E cabe aos agentes n�o compactuados ao PT que aparem as arestas e apresentem um projeto concreto em resposta ao pa�s.
Livraria da Folha
- Cole��o "Cinema Policial" re�ne quatro filmes de grandes diretores
- Soci�logo discute transforma��es do s�culo 21 em "A Era do Imprevisto"
- Livro de escritora russa compila contos de fada assustadores; leia trecho
- Box de DVD re�ne dupla de cl�ssicos de Andrei Tark�vski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade