Em primeira mão, eis o texto da peça produzida pela produtora Shakespeare Paralelo.
Ato 1 - Rei Jair
Salão de festas do Condomínio Vivendas da Barra. Rei Jair anuncia que vai repartir seu reino entre os três filhos. É adulado, de pronto, por Flávio e Eduardo. Carlucho, seu preferido, age de forma inusitada.
CARLUCHO: "Começo uma nova fase em minha vida. Longe de todos que de perto nada fazem a não ser para si mesmos. O que me importou jamais foi o poder. Quem sou eu neste monte de gente estrelada?"
Ato 2 - Suspeito de Alguma Traição
Numa fortaleza distante, em Veneza, o General Mouro, que conspira para assumir o trono, tem um pressentimento.
GENERAL MOURO: "Há algo de podre no reino da Barra".
Ato 3 - Twitter and Twitter and Twitter
Carlucho enfrenta o General Mouro empregando como arma um tuíte em forma de canção.
CARLUCHO (cantando):
Tentarão enganá-lo
Tentarão manipulá-lo
Tudo é muito mais que dinheiro
Se for desrespeitado
Revide!
Nunca deixem te convencer
Que você
É um bichinho do sistema
É simples
Basta respeitar
E será respeitado
E segue a liberdade necessária
O resto é jogada de malandro.
Ato 4 - É Sempre Ousada a Loucura dos Grandes Não Vigiada
Após se desvencilhar do tuíte musical, General Mouro contra-ataca num solilóquio, empunhando o crânio de Olavo de Carvalho.
GENERAL MOURO: "Cu ou piroca? Eis a questão!"
Ato Final
Enquanto Rei Jair enlouquece, Mouro e Carlucho, feridos, continuam a disputa. Uma voz irrompe, em off, para repetir "o Rei ficou maluco", enquanto Jair ele demite o Vélez da corte. Em delírio, acaba com a Lei Rouanet, interrompe a peça e distribui pescotapas em toda a equipe técnica. Obrigados a sair de cena, Mouro e Carlucho continuam a pinimba nos bastidores.
CARLUCHO E MOURO
(cantando):
O amor de Julieta e Romeu
Igualzinho ao meu e seu
Antes de as cortinas fecharem, todos morrem. De tédio.
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