A bordo de iates e carros de luxo, à mesa de restaurantes estrelados ou em passeios em grande estilo pelo deserto, torcedores endinheirados e convidados dos patrocinadores da Copa do Qatar vivem experiências das "mil e uma noites" em Doha e seus arredores.
No Porto Arábia, marina de Pérola, ilha artificial de 4 milhões de metros quadrados encravada na baía de Doha, salta aos olhos o espetacular iate Atilla, do bilionário argentino Mauricio Filiberti.
Conhecido por Mister Cloro, à frente de negócios no setor químico (Transclor) e de energia (Edenor), ele é o dono da embarcação grafite avaliada em US$ 70 milhões (cerca de R$ 385 milhões).
O megaiate de 64 metros de comprimento é famoso pelos cinco decks e pelos convidados célebres, entre eles Mauricio Macri, ex-presidente da Argentina.
O político se hospedou nele em uma temporada em Saint-Tropez, na badalada Riviera Francesa.
Com bandeira das Ilhas Cayman, o iate tem seus itens de requinte detalhados em sites para aficionados, como sua capacidade para 12 hóspedes e 17 tripulantes e velocidade de cruzeiro de 12 nós.
Passear na baía de Doha é programa para bilionários e barões do petróleo a bordo de embarcações privativas, mas também para grupos dispostos a gastar para festejar "al mare".
Esquemas com "boat-houses", barcos-casa com salões para festas e serviços de café da manhã, almoço e jantar, levam torcedores para vislumbrar o impressionante skyline de Doha, com os edifícios modernos da West Bay e Corniche.
No passeio, há paradas em praias exclusivas próximas à capital, numa zona conhecida como a Riviera do Oriente Médio.
Em terra firme, os elegantes prédios de apartamentos inspirados na arquitetura francesa, italiana e espanhola têm ofertas de aluguel por temporada durante a Mundial com diárias a partir de R$ 27 mil.
Ao redor da baía, encontram-se alguns dos mais estrelados restaurantes de Doha, entre eles o La Mar, do premiado chef peruano Gastón Acurio.
No elegante cenário do hotel InterContinental, a clientela gourmet pode ocupar mesas internas e externas para degustar o tradicional ceviche e brindar com um autêntico pisco sour.
Outra opção é o Spice Market, com seu lounge-bar iluminado por velas e vista para o Golfo Pérsico, de onde se aprecia pratos sofisticados da culinária do sudeste Asiático.
Já o Lobito do Mar, situado no elegante Marsa Malaz Kempinski, resort cinco estrelas, combina tradições árabes e luxo europeu. O bar de tapas e frutos de mar é um convite para apreciar a vista ao sabor de delícias assinadas pelo chef Dani Garcia.
A experiência longe dos estádios de um Mundial das Arábias passa por um safari no deserto.
Para desfrutar da aventura a uma hora de carro do centro de Doha, o turista pode contratar um serviço com Land Rover e motorista por US$ 460 (cerca de R$ 2.500).
Até quatro passageiros desfrutam de um tour de cinco horas, que inclui sobe e desce, com emoção, pelas dunas, passeio de camelo e banho de mar em um cenário deslumbrante no chamado Inland Sea, o mar interior cercado pelo deserto do Qatar.
"Se quiser fazer um programa completo e usufruir do deserto como um local, o turista ainda pode alugar uma moto ou um triciclo e pilotar nas dunas", explica o motorista e guia Ahmed Saleh, da Gulf Adventure.
Para atender a alta demanda na Copa do Mundo, a operadora conta com mais de cem veículos e motoristas credenciados. Os passeios podem acabar em um beach club, com telões para ver os jogos e almoço em tendas, onde turistas ocidentais usufruem de banho de mar em biquíni.
O grand finale é o passeio de camelo no fim da tarde pelas dunas. A galera mais radical pode alugar um parapente para admirar o pôr do sol em sobrevoos por um cenário único, onde o mar e o deserto se encontram.
"Gosto de futebol e de esporte de aventura", afirma Ravi Lopez, 24, espanhol da Catalunha, que cortava o Inland Sea com um moto alugada, no sábado (26), ainda embalado pela goleada de 7 x 0 da Espanha sobre a Costa Rica na estreia.
"Vamos nos classificar e vou voltar ao deserto na próxima fase do Mundial para viver de novo essa experiência de pilotar nas dunas do Qatar."
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