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Jornalista formada pela USP, escreve sobre economia e pol�tica �s sextas-feiras.
Como a pol�tica dos campe�es nacionais desmoronou
Danilo Verpa/Folhapress | ||
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Joesley Batista, CEO da J&F Investimentos S.A. |
Com a confiss�o do grupo JBS de que pagou propina para receber empr�stimos de bancos p�blicos, acaba qualquer d�vida de que a pol�tica de campe�es nacionais n�o passou de disfarce para o compadrio e a corrup��o.
Mais de uma d�cada atr�s, o ent�o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, dizia que havia decidido apoiar setores que o Brasil � competitivo como alavanca para o crescimento, inspirado na experi�ncia da Coreia do Sul.
Coutinho pode at� acreditar que a premissa econ�mica estava certa, o que � discut�vel, porque n�o foram escolhidos setores de alta tecnologia. Mas hoje ficou claro que todo o discurso n�o passava de enrola��o.
O motivo para eleger esse ou aquele empres�rio para ser um "campe�o nacional" era a disposi��o do sujeito em destinar um porcentagem do empr�stimo ou do contrato para o caixa 2 dos pol�ticos.
Com o avan�o da Opera��o Lava Jato, a fraude desmoronou e um a um os "empres�rio do PT" foram caindo. Ali�s, vale a ressaltar que n�o eram amigos apenas do PT, mas do PMDB, do PSDB, do DEM, etc, etc.
O primeiro a cair, inclusive, foi Eike Batista, vitimado no j� distante 2013 pela pr�pria incapacidade de entregar aos investidores o que prometeu, antes at� de cair na teia da Lava Jato. S� recentemente o empres�rio foi preso por conta de suas rela��es nada republicanas com o ex-governador S�rgio Cabral, mas aguarda julgamento em liberdade.
Marcelo Odebrecht foi preso em junho de 2015 e, apesar de ter se tornado delator, assiste da cadeia a ru�na do seu imp�rio. Cora��o dos neg�cios, a construtora Odebrecht encontra enorme dificuldade para fechar novos contratos e corre s�rio risco.
Andr� Esteves, do BTG, tamb�m foi preso em novembro de 2015. Foi solto logo em seguida e ainda n�o h� provas contra ele, embora continue no foco dos investigadores. O banco sofreu algum abalo nos neg�cios e teve que reduzir suas ambi��es.
Desse seleto grupo, faltava apenas Joesley Batista, da JBS. Em fevereiro deste ano, Batista procurou as autoridades, confessou seus crimes e virou delator. Num lance espetacular, gravou o presidente da Rep�blica e colocou o governo por um fio.
Eike chegou a dizer que "voltar a classe m�dia foi um baque gigantesco", o que certamente n�o � o caso de nenhum dos senhores citados acima. Vale ressaltar ainda que Odebrecht, Esteves, Eike, Joesley —nenhum deles precisava de dinheiro subsidiado pelos trabalhadores brasileiros para alavancar os seus neg�cios. Que sirva de alerta para as pr�ximas pol�ticas mirabolantes de governos populistas.
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