O elenco do Flamengo julga o time desorganizado. Na segunda-feira (18), diante de observações em tom grave de analistas sérios dizendo que só haveria chance se Sampaoli fosse demitido, uma consulta a líderes do Ninho do Urubu trouxe constatação perigosa: "Não sei o que é certo. Sei que estamos nos defendendo com sete homens. Técnicos brasileiros organizam seus times e estamos desorganizados".
A preservação do nome do craque ocorre aqui por razão óbvia e a informação é divulgada por ser relevante. Os jogadores não gostam do trabalho do técnico argentino. Sampaoli melhorou o time com a mudança do posicionamento de Gérson.
Seguiu tendo problemas defensivos. Só que Gérson corrige tudo. O passe, a marcação, abre corredor para Wesley atacar. Ou para Pulgar, como na jogada do gol de Bruno Henrique, aos 44 do primeiro tempo.
O São Paulo fez bom primeiro tempo. Sofreu na marcação, teve boas escapadas com Lucas, de atuação muito superior à que mostrou no Maracanã. Caio Paulista, Beraldo, Rodrigo Nestor. Todos bem. Lucas, acima dos demais.
Alisson foi exuberante no Maracanã e brilhou na marcação no Morumbi.
O contraste do Flamengo com o São Paulo é grande, não apenas pela organização, principalmente pelo ambiente. Técnicos não são feitos para criar amizades e sim para liderar artistas das mais diferentes formações. Dorival Júnior é chamado de Ancelotti brasileiro, dentro do Centro de Treinamento da Barra Funda, por sua capacidade de gerenciar talentos e vaidades.
Diz-se que Dorival Júnior fala sobre os acertos e qualidades, diferentemente de Rogério Ceni, cujos treinos são elogiados e a gestão de pessoas é criticada. À medida que se deprime com as derrotas, impõe a culpa aos jogadores, não ao grupo do qual faz parte, como comandante.
Rodrigo Nestor é um dos grandes exemplos. Nas tribunas do Morumbi, havia quem não acreditasse ao ouvir que Nestor foi o autor do lindo gol, aos 49 da primeira etapa: "Manda tirar aquele pé de rato do Nestor", disse o torcedor Renato Tahan, logo depois do empate.
Dorival não tira. Diferentemente disso, fez com que Nestor acreditasse em seu potencial.
Wellington Rato, também. Inverteu três vezes a jogada da direita para a esquerda com a confiança de quem joga num time campeão. Rafinha voltou a jogar o que mostrava no Flamengo de 2019, aos 38 anos, e com a liderança dos sábios dentro do vestiário. Os depoimentos são de que sua alegria contagiou os mais jovens.
Um integrante da delegação são-paulina disse, na manhã de domingo, ao ouvir a observação de que o Flamengo viria ao Morumbi para apresentar-se como melhor elenco do país, vencer pela qualidade individual, apesar dos erros coletivos: "Eles vêm para responder e nós estaremos com todas as respostas".
Ao gol de Bruno Henrique, o São Paulo respondeu apenas quatro minutos depois.
As frases ditas no Ninho do Urubu e no CT da Barra Funda dão exata noção da diferença dos dois ambientes. Futebol não se ganha apenas com boas relações. As vitórias vêm da soma das condições técnicas às táticas e físicas. Entrosamento e felicidade fazem parte do cardápio.
O São Paulo é um time mais feliz do que o Flamengo.
BOCA x PALMEIRAS
O Palmeiras só sofreu um gol nos últimos nove jogos e só marcou um nos últimos quatro. O ataque é seu grande defeito depois da perda de Dudu, por lesão. Abel Ferreira sabe disso e tenta corrigir até o confronto contra o Boca Juniors, quinta-feira (28). Quando os gols de bola parada rareiam, o Palmeiras sofre.
CORINTHIANS x FORTALEZA
A vitória sobre o Botafogo mostrou outra vez como o Corinthians muda quando tem Renato Augusto em campo. Ele jogará. O Fortaleza é melhor, coletivamente. A chance corintiana de eliminar o primeiro clube do Nordeste na semifinal da Sul-Americana será vencer na Neo Química Arena, terça-feira (26).
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