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Jornalista e autor de "Escola Brasileira de Futebol". Cobriu sete Copas e nove finais de Champions.

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O ponto forte de Messi é o cérebro

Ele não joga apenas com o pé esquerdo e tem na inteligência seu grande diferencial

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O jornalista catalão Alex Delmàs escreveu o documento mais detalhado sobre as diferentes maneiras de expressão de Lionel Messi, do ponto de vista estratégico. O livro "Messi Táctico" foi publicado em 2018, quatro anos antes da conquista da Copa.

Foi titular no time de Eto’o e Ronaldinho até se lesionar contra o Chelsea, nas oitavas de final da Liga dos Campeões de 2005/06, vencida na final contra o Arsenal. Messi estava machucado.

O jovem Messi ao lado de Ronaldinho no Barcelona - Gustau Nacarino - 22.fev.06/Reuters

Jogava do lado direito do ataque, sob o comando do técnico holandês Frank Rijkaard. Guardiola o colocou no banco de reservas no terceiro jogo de sua gestão, contra o Racing Santander. Não julgava que seu pé esquerdo ajudasse a dar amplitude à equipe.

Mesmo assim, foi titular na primeira temporada de Pep, na direita, até a noite do feriado de 1º de maio. Num hotel em Madri, Guardiola o chamou a seu quarto e mostrou o espaço atrás do volante holandês Drenthe. Pediu que não comentasse com ninguém e invertesse sua posição com a de Samuel Eto’o ao seu sinal.

O Barcelona meteu 6 a 2 no Real Madrid no dia seguinte, com dois gols de Messi e a estreia na função de falso nove. A inspiração de Guardiola era seu velho mestre, Johan Cruyff, que executava essa mesma função, de descobrir ou inventar espaços, enquanto passeava pelo campo.

Na Copa do Mundo, Messi não foi centroavante, nem falso, nem de verdade. Pela direita, ou pelo centro, passeava pelo campo, sempre na zona morta. Contra a Holanda, encostava-se em Aké, seu marcador. De repente, o zagueiro não o tinha mais por perto e o perseguia às costas dos volantes. Abria-se o espaço para os pontas.

Na vez seguinte, não desguarnecia sua zona de marcação. Messi pegava a bola e caminhava até o incrível passe, sem olhar para o destino da bola, e deixar Molina frente a frente com o goleiro Noppert.

Messi confundiu Aké nas quartas de final da Copa - Hamad I Mohammed - 9.dez.22/Reuters

Contra a França, Lionel Scaloni teve a inteligência de colocar Di María na esquerda, quando a maioria pensava em sua velha função, na direita. Messi ficou na faixa protegida por Theo Hernández. Quer dizer, não ficou lá...

Passeou e induziu o lateral a persegui-lo. Abria o espaço para Molina.

Na vez seguinte, vinha até as costas de Tchouaméni ou à frente de Varane. A cada movimento, confundia o sistema defensivo francês. Abriu corredores por onde Di María, De Paul, Enzo Fernández, Mac Allister e Julián Álvarez puderam interferir.

É muito difícil marcar Messi, porque ele encontra as zonas mortas do campo e obriga os rivais a mudar a marcação original. A cada mexida, um buraco se abre na defesa. Ou para um colega de Messi, ou para ele mesmo brilhar.

A literatura conta que o húngaro Hidegkuti, em 1954, e o austríaco Sindelar, em 1934, ocupavam a posição de centroavante com a mesma inteligência de circular por trás dos meio-campistas e abrir flancos por onde Bican, na Áustria, Puskás e Kocsis, na Hungria, tornavam-se artilheiros.

Cruyff foi o maior gênio da abertura de espaços desse tipo. Atribui-se ao holandês, número 9 do Barcelona e 14 da Holanda, um número próximo a 350 gols. Messi se aproxima dos 800.

Seu grande diferencial é a inteligência. Messi não joga apenas com seu pé esquerdo, com que anotou 82% de seus gols. Neles, nos 13% marcados com o direito ou nos 5% de cabeça, sempre se sabe que seu ponto forte é o cérebro.

Campinho PVC 2612
Editoria de Arte/Folhapress
Campinho PVC 2612
Editoria de Arte/Folhapress

ROGÉRIO CENI

O São Paulo pretende ter um modelo de jogo diferente no ano que vem. Duas linhas de quatro, com volantes de construção e marcação. Daí o interesse em Sebas Méndez, que disputou bem a Copa do Mundo pelo Equador. O modelo de Rogério é o que fez no Fortaleza.

A ERA DUDU

A renovação de Dudu dará a paz que Endrick precisará ter para ser o diferencial do Palmeiras no ano que vem. Leila Pereira foi firme e conseguiu incluir uma cláusula justa. Dudu renovará por mais um ano e ficará até 2026 se disputar metade dos jogos de 2025.

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