O River Plate chega às semifinais da Libertadores com o melhor ataque da história do torneio. São 31 gols. O Palmeiras era o detentor do recorde até os 28 minutos do segundo tempo do último jogo das quartas de final. Foi o momento em que o River marcou seu quinto gol no 6 a 2 contra o Nacional (URU).
Segundo ataque desta Libertadores e da história, o Palmeiras já marcou 29 vezes. Mas jogou mal seus últimos quatro jogos, contra o América-MG (duas vezes), Bragantino e Internacional. Obteve vitória de time grande contras os mineiros, daquelas que vêm apenas da confiança de ser melhor.
Se o duelo entre River e Palmeiras tem os dois ataques mais positivos, o Santos enfrentará a defesa menos vazada dos semifinalistas. O Boca Juniors sofreu apenas três gols, um a menos do que o time de Abel Ferreira.
Se a estatística tivesse peso, o Santos seria o patinho feio, por possuir o segundo pior ataque e o maior número de gols sofridos, comparados os quatro semifinalistas.
Cuca parece ter largado mão do Brasileiro e concentra todos os esforços na tentativa de vencer sua segunda Libertadores. Em 2013, o Atlético de Ronaldinho Gaúcho, dirigido pelo atual treinador santista, tinha a melhor campanha e o melhor ataque. Não era patinho feio.
Dos quatro semifinalistas, o mais forte é o River Plate. Embora tenha jogado mal contra o Athletico, nas oitavas de final, o River joga de memória, mesmo quando varia seu sistema tático. Marcelo Gallardo é o melhor técnico de clube da América do Sul, chegou a 3 finais e ganhou 2 edições nos últimos 5 anos.
Está invicto há 13 partidas e só perdeu três vezes nesta temporada. Jogou 30. Tem mais descanso do que o Palmeiras, o segundo clube em número de partidas no Brasil, com 58, atrás apenas do Grêmio (60). Pelo cansaço, é como se o ano palmeirense tivesse 12 meses, e o riverista, apenas 9.
O Palmeiras é o único invicto da Libertadores e pode ser o oitavo campeão da história sem derrotas. Ou seja, mesmo com a força do River Plate, pode vencer. Em Libertadores, comandado por Marcelo Gallardo, o River perdeu só três vezes como mandante, mas jogará no estádio do Independiente, pela reforma do Monumental de Nuñez.
Não será um jogo fácil para o Palmeiras. Nem para o River. Também não será simples para o Santos nem para o Boca Juniors.
Na semifinal de terça, o Palmeiras terá de anular a rapidez dos três atacantes, os colombianos Santos Borré e Carrrascal, acompanhados do argentino Matías Suárez. Carrascal também é habilidoso, usa o lado esquerdo para jogadas em diagonal e infiltrações em direção ao gol.
Mas caberá ao time de Abel Ferreira, principalmente, capacidade de impor seu estilo. Marcação forte na altura do meio de campo, interceptações de passes, inversões do lado da jogada e rapidez para chegar à área com passes verticais.
O Palmeiras venceu o América na noite de quarta-feira (30), viajou na mesma madrugada, dormiu na Academia e acordou direto para o treino na manhã de 31 de dezembro. Se aproveitou o trabalho –e o descanso– da primeira semana com um jogo só desde agosto, fará uma decisão madura contra o River Plate.
O Santos também. Mas precisará da inspiração de Marinho e Soteldo para ganhar do Boca na Bombonera.
Europeus
Até hoje, só dois treinadores europeus ganharam a Libertadores. O croata Mirko Jozic, pelo Colo-Colo, em 1991, e Jorge Jesus, pelo Flamengo, em 2019. Abel Ferreira pode ser o terceiro. A missão não é simples, mas são três jogos para a taça.
Bicampeões
Cuca pode entrar num seleto grupo de 13 treinadores bicampeões, dos quais 4 brasileiros: Lula, Telê Santana, Autuori e Felipão. Miguel Angel Russo, do Boca Juniors, também pode. Foi vencedor pelo próprio Boca, em 2007.
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