� jornalista desde os 18. Cobriu as Copas de 1994, 1998, 2006, 2010 e 2014. Hoje, tamb�m � comentarista. Escreve aos domingos
e segundas-feiras.
Al�m de mudar diretor e t�cnico, o S�o Paulo muda o elenco sem parar
Rubens Chiri/saopaulofc.net | ||
Ra� gesticula durante sua apresenta��o no S�o Paulo |
Ra� ser� o quarto diretor de futebol do S�o Paulo em dois anos. Gustavo de Oliveira, seu sobrinho, deixou o cargo por raz�es pol�ticas em setembro de 2016. Marco Aur�lio Cunha ocupou a fun��o at� o fim da Florida Cup, em janeiro desse ano, Vinicius Pinotti ficou de abril a dezembro.
No vesti�rio, mudan�as demais t�m impacto negativo. Jogador de futebol � um oper�rio que se tornou artista. Precisa do chefe exigente da f�brica e testa sua autoridade todos os dias.
As mudan�as seguidas de diretores produzem novos testes, para entender qual o limite do novo chefe. Ra� foi l�der quando vestiu a bra�adeira de capit�o do S�o Paulo. Mas nunca precisou ser mestre de obras.
Precisar�.
Seu risco � ser engolido por uma estrutura viciada. Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, n�o tem de estar todos os dias no vesti�rio, mas gosta de fazer os neg�cios e sentar-se nas mesas para contratar jogadores. Ra� vai pensar o futebol macro, o estilo e o caminho. Mas, se a estrutura permanecer como tem sido, ter� pouca autonomia para dizer: isto sim, aquilo n�o.
Se o cargo virar decorativo, n�o ser� bom. Ra� precisa ter lideran�a, entrar no vesti�rio, definir as regras, cobrar resultados e ser cobrado por eles. Precisa ter autonomia e mostrar que sabe o que fazer com ela.
Logo depois da elei��o de Marcelo Portugal Gouv�a, em 2002, Ra� ocupou um cargo na dire��o s�o-paulina. Ficou apenas tr�s meses. As raz�es eram parecidas. Ra� n�o conseguiria interferir no in�cio da gest�o de Marcelo Portugal Gouv�a, que levou ao �ltimo t�tulo da Libertadores e ao Mundial. Ra� podia pensar, apenas.
� o mesmo risco agora. Quem costuma participar das negocia��es de jogadores para o elenco do S�o Paulo, junto com Leco, � o advogado Alexandre P�ssaro.
Com toda a complexidade da nova fun��o, o problema de Ra� � menor do que o do S�o Paulo. As trocas sucessivas de treinadores e dirigentes diminuem as chances de recupera��o de um clube que s� conquistou um t�tulo nesta d�cada e alcan�ou seu maior jejum desde que terminou a obra do Morumbi, em 1970.
S�o 14 passagens de treinadores depois do t�tulo brasileiro de 2008. O Palmeiras teve treze, o Santos onze, o Corinthians oito, o Real Madrid seis, o Barcelona cinco.
Quanto menos mudan�as, mais sucesso.
Claro que a receita n�o � assim, matem�tica. Mas a coer�ncia ajuda e foi o que mais faltou ao S�o Paulo nos �ltimos dez anos. Mudam t�cnicos, mudam dirigentes e n�o muda o resultado ruim, desde a Copa Sul-Americana de 2012.
O m�nimo para o pr�ximo ano � manter o treinador Dorival J�nior e refor�ar o elenco em posi��es chave. Neste ano, o risco de rebaixamento esteve diretamente ligado ao excesso de modifica��es no grupo de jogadores.
Maicon, Thiago Mendes, Jo�o Schmidt, C�cero, Luiz Ara�jo, Luc�o, Ch�vez, Douglas e Wesley s�o todos nomes que come�aram o Brasileiro jogando pelo S�o Paulo.
Arboleda, Petros, Hernanes, Edimar e Marcos Guilherme n�o estavam no elenco na primeira rodada do Brasileiro.
Al�m de mudar o diretor de futebol e o t�cnico, o S�o Paulo muda o elenco incessantemente. A chance de dar certo assim � nenhuma.
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