� jornalista desde os 18. Cobriu as Copas de 1994, 1998, 2006, 2010 e 2014. Hoje, tamb�m � comentarista. Escreve aos domingos
e segundas-feiras.
Problema de analisar os t�cnicos brasileiros � a pressa
Cuca e Dorival J�nior foram campe�o e vice-campe�o brasileiro do ano passado. O t�cnico do Palmeiras pediu demiss�o sexta-feira (13). Seu agente foi quem telefonou para Alexandre Mattos para avisar que Cuca n�o estava feliz e queria sair.
Isso n�o muda o resultado do trabalho, insuficiente. Foram 34 jogos, contra 51 de sua primeira passagem. Nas duas vezes, somou 11 derrotas. Eram 21% no ano passado, 32% desta vez, uma a cada tr�s partidas.
Dorival J�nior assumiu o S�o Paulo em 17� lugar, foi parar em 19� e seu time saiu da zona de rebaixamento no s�bado (14) � noite, com a virada sobre o Atl�tico-PR.
Quem define de maneira simplista diz: trabalho ruim. Mas j� se pode chamar de trabalho?
N�o se trata de atualiza��o ou desatualiza��o.
O maior pecado de quem analisa os t�cnicos brasileiros n�o � a pregui�a nem a gula, ou a ira, a inveja, lux�ria, a vaidade ou a avareza. � a pressa.
O problema � quando quem tem de analisar cai na armadilha dos dirigentes, apressados pela estrutura pol�tica dos conselheiros.
Cuca n�o conseguiu fazer o Palmeiras se aproximar de seus objetivos em 2017. �bvio que fracassou. Dorival J�nior soma menos pontos do que se imaginava, num clube castigado por cinco anos de resultados ruins. N�o parece ser um problema de t�cnicos, mas de dirigentes.
Acusar Cuca e Dorival J�nior de fracassados � como dizer que J�rgen Klopp, do Liverpool, e Massimiliano Allegri, da Juventus, vice-campe�es da Liga dos Campe�es em 2013 e 2017, respectivamente, de estarem desatualizados, pelos maus resultados deste in�cio de temporada.
Dorival J�nior monta sua equipe exatamente como Tite, num 4-1-4-1, preza a posse de bola, evita os lan�amentos longos. N�o vence.
A culpa n�o � s� dele. O S�o Paulo mudou seis titulares durante o ano. Mexeu no elenco inteiro.
Cuca � acusado de abusar dos cruzamentos. Ano passado, foi o quinto time com menos bolas cruzadas. Neste ano, � o d�cimo.
N�o abusa dos cruzamentos. N�o existe Cucabol.
Dirigiu o Palmeiras em 34 jogos. Nos primeiros 24, sempre teve intervalos entre quarta-feira e domingo, com dist�ncia de tr�s dias e nenhuma semana livre para treinos. Podia ter sido um fracasso no ano passado em condi��es iguais. Ou um sucesso neste ano, com mais tempo para treinar.
N�o se trata de absolver o treinador. Apenas de ser justo.
Enquanto n�o houver tempo para treinos, n�o haver� times bem montados no Brasil. Vamos continuar dizendo que o campeonato est� nivelado por baixo, apesar de o Corinthians e o Atl�tico-GO desnivelarem a disputa?
Este � o 15� Campeonato Brasileiro por pontos corridos. S� tr�s campe�es trocaram de t�cnicos e 54 dos 56 rebaixados mudaram.
O S�o Paulo pode se salvar do rebaixamento e iniciar 2018 com Dorival J�nior. No Palmeiras, a situa��o � mais confusa.
O t�cnico pode ser Mano Menezes, mas s� se n�o renovar com o Cruzeiro, possibilidade que existe.
Alberto Valentim mudou pouco o Palmeiras. Manteve o sistema t�tico, tirou Thiago Santos e escalou Keno, o melhor em campo.
O maior aliado de Alberto � F�bio Carille. Se deu certo no Corinthians, pode funcionar no Palmeiras. O cavalo est� passando encilhado, Alberto Valentim. Apesar de Mano Menezes.
O GRANDE RISCO
Cueva reagiu depois da crise em que se envolveu com Rodrigo Caio. Parece mais comprometido ap�s a reuni�o com a torcida, em que Hernanes afirmou que n�o se aceitavam cobran�as individuais. O problema � que Cueva estar� fora por quatro jogos em novembro.
PACAEMBU
O Santos venceu 22 dos �ltimos 24 jogos no Pacaembu e � o �nico, entre os grandes de S�o Paulo, com m�dia de p�blico crescente quando atua no est�dio. �bvio: a Vila Belmiro � menor. Ganhar do Vit�ria, nesta segunda, n�o � s� pelo t�tulo. � pela vaga direta na Libertadores.
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