S�O PAULO - Em junho deste ano, Mike Mulvaney, diretor do escrit�rio de or�amento dos EUA, publicou um artigo exaltando o MAGAnomics, o "Make America Great Again Economics" (Economia do Fa�a a Am�rica Grandiosa de Novo, em refer�ncia ao slogan de campanha de Donald Trump). No cerne do MAGAnomics, que, segundo ele, far� a economia crescer 3 % ao ano, est� a reforma tribut�ria rec�m aprovada.

O MAGAnomics nada mais � do que um resgate do Reagannomics, a pol�tica econ�mica do ex-presidente Ronald Reagan (1981-1989). Trata-se da "economia do lado da oferta" - a teoria de que, ao se reduzir impostos de corpora��es e dos mais ricos, aumenta o incentivo para investimento em produ��o e cria��o de empregos, o que acaba por gerar crescimento. Esses cortes de impostos se pagariam, porque, por meio da alta do PIB, elevariam a arrecada��o tribut�ria.

H� um ligeiro problema - o Reagannomics fracassou em muitos aspectos. A economia emergiu da estagfla��o do governo Carter, mas a recupera��o se deveu em grande parte ao corte de juros que sucedeu o choque anti-inflacion�rio do Fed. Em oito anos de Reagannomics, a d�vida p�blica dos EUA saltou de 25% do PIB para 41%, e o deficit bateu em 3,8%.

A teoria de que os cortes de impostos n�o aumentariam o deficit era furada.

H� grandes chances de o Reagannomics, em sua vers�o Trumpiana, tamb�m n�o funcionar. O enorme corte de impostos - a maior al�quota para empresas vai passar de 35% para 21% - vai aumentar em US$ 1,5 trilh�o o deficit ao longo da d�cada.

Em 1980, George H W Bush se referiu ao plano econ�mico de Reagan, ent�o seu rival nas prim�rias republicanas, como "pol�tica econ�mica vodu", ridicularizando o excesso de otimismo com o corte de impostos.

Parece que o MAGAnomics tamb�m se baseia em pensamento m�gico e esperan�as ilus�rias.