Papo de Responsa

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Seis lições que podem ajudar a filantropia a unir justiça social à resolução de desafios

Transformação da sociedade exige compromisso de longo prazo, foco em aprendizado e decisões baseadas em dados

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Carla Duprat

Diretora-executiva do Instituto de Cidadania Empresarial (ICE), organização que atua como Secretaria Executiva da Coalizão pelo Impacto

Michelle Prazeres

Coordenadora de comunicação do Instituto de Cidadania Empresarial (ICE)

É possível fazer uma filantropia orientada para justiça social e resolução de desafios complexos. Este tema tem sido a bússola de nossa prática cotidiana em diálogo com filantropos, empresários e investidores sociais dispostos a gerar mudanças sistêmicas no campo do impacto socioambiental por meio da inovação social e da atuação colaborativa.

Ainda há um longo caminho a ser percorrido na consolidação de um campo alinhado a esta perspectiva. Algumas práticas ativadas em projetos no Brasil indicam que estamos em um ponto de virada entre o pensamento ainda dominante e uma nova maneira de pensar e atuar que começa a emergir.

Nas últimas semanas, celebramos 25 anos do ICE (Instituto de Cidadania Empresarial) e recebemos Darius Polok, diretor do International Alumni Center de Berlim, organização que apoia o desenvolvimento de redes de impacto social.

A foto mostra cinco mulheres, sendo duas delas idosas; as outras três usam uniforme profissioal e gorros de natal, além de máscaras de proteção contra Covid-19
Governo, empresas, academia e organizações devem integrar esforços pelo impacto social - Tiago Queiroz/Estadão Conteúdo

Polok nos provocou a pensar nossa atuação à frente da Coalizão pelo Impacto. A iniciativa que fortalece organizações dinamizadoras que apoiam empreendedores é conduzida pelo ICE e por outras 11 entidades em cidades das cinco regiões do Brasil —Belém (PA), Brasília (DF), Campinas (SP), Fortaleza (CE), Paranaguá (PR) e Porto Alegre (RS).

A Coalizão mostra a importância da colaboração como essência de projetos transformadores que reconhecem o papel de cada agente no ecossistema: governo, empresas, academia e organizações. Esses entes podem tecer parcerias estratégicas e integrar esforços pelo impacto social.

Ao olhar para esta ousada iniciativa sob as lentes apresentadas por Polok, seis lições inspiradoras se destacam:

  1. É preciso selar compromissos de longo prazo. Uma real transformação de questões complexas precisa de tempo para acontecer. E isso mexe com nossas formas de planejar, acompanhar e medir resultados.

  2. O foco deve estar no aprendizado, em um ecossistema em desenvolvimento. É preciso experimentar e aprender com os erros.

  3. A abordagem é orientada por dados: as decisões são tomadas com base em análises e diagnósticos. Isso permite que as pessoas sejam assertivas em sua ambição e transparentes em suas escolhas.

  4. A transformação acontece quando o ecossistema está plenamente integrado e ativado. Nessa perspectiva, não há uma hierarquia entre os ecossistemas nacional e locais. A relação flui entre eles.

  5. É preciso sensibilidade aos contextos locais. No caso da Coalizão, as constelações nas cidades são diferentes e demandam olhares específicos. Uma abordagem única não funciona. Quando usa intervenções semelhantes, a equipe deve estar atenta aos padrões que surgem dos contextos locais.

  6. Preparação para a retirada: a equipe apoia a autonomia dos ecossistemas locais, recuando com cuidado de forma a abrir espaço para os atores locais seguirem ativando o ecossistema com resiliência.

Nesta primeira fase da Coalizão, que vai até 2026, já vislumbramos aprendizados e fizemos ajustes de rota. Certamente atravessaremos outros.

As lições de Polok nos ajudaram a sistematizar e a iluminar nossos passos na travessia rumo à integração da generosidade com a justiça social.

Acreditamos que um ecossistema robusto conta com diversos atores que comungam dos mesmos princípios. Esperamos trazer para esta rede novos parceiros que almejam transformar realidades complexas e sistêmicas.

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