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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

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Descrição de chapéu Governo Lula

Não tenho qualquer tipo de conflito de interesse, diz ministro

Alexandre Silveira (Minas e Energia) afirma que está desimpedido para exercer cargo e nega favorecimento aos Batista

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Brasília

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, declarou à CEP (Comissão de Ética da Presidência da República) ausência de conflito de interesse com empresas, pessoas ou organizações que atuam no setor que ele comanda pelo governo.

Em entrevista ao Painel S.A. nesta segunda (22), Silveira mostrou sua declaração à CEP e refutou qualquer ato do presidente Lula para impor sigilo de um século ao documento.

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, durante evento no Palácio do Planalto
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, durante evento no Palácio do Planalto - Pedro Ladeira/Folhapress

"Não tenho qualquer tipo de conflito de interesse. O sigilo [à declaração] foi imposto por força da Lei de Acesso à Informação e vale para todos os ministros", afirmou Silveira.

"Para mim, não há o que esconder. Se o jornalista que pediu acesso a essa declaração para a CEP tivesse me pedido, eu teria dado."

Como noticiou a Folha, o ministro foi sócio de uma construtora com um primo. Ele nega qualquer vínculo com a empresa.

A sociedade não consta na declaração à CEP.

Silveira tem sido alvo de ataques motivados por disputas empresariais no setor de gás.

Ele se disse indignado por não ter sido consultado, diretamente ou via ministério, sobre o caso.

Por ter assinado um acordo com a Âmbar, dona de térmicas a gás, o ministro virou alvo de suspeitas de favorecimento ao grupo, que pertence aos irmãos Batista.

Como noticiou a coluna, o acordo é vantajoso para a União, porque evita uma indenização de R$ 19 bilhões pelo rompimento de um contrato de fornecimento de energia.

Com a renegociação, o governo contrata a energia pelo dobro do tempo inicialmente previsto, pagando R$ 9,2 bilhões a menos.

O TCU (Tribunal de Contas da União) se prepara para julgar o mérito desse acordo.

Diante das controvérsias, a AGU (Advocacia-Geral da União) determinou que o acordo fosse suspenso.

Com Diego Felix

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