A afirmação de que o mercado de compras em ecommerces chineses é dominado pelas classes A e B, dita pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), é contestada por outros três estudos recentes, que mostram compras ostensivas das classes C, D e E.
Nesta terça (22), Lira defendeu a taxação de compras internacionais de menor valor e apontou um estudo da FSB, feito a pedido da CNI (Confederação Nacional da Indústria), indicando que 60% dos consumidores são das classes A e B.
Levantamento da CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas), feita em julho com 1.120 pessoas, mostra que sites como Shopee, Amazon, Shein, Ebay e AliExpress foram a preferência de quase 74% dos consumidores das classes C, D e E.
A média de gastos nessas plataformas foi de R$ 227, concentrados em vestuário, calçados e acessórios.
A Plano CDE, em pesquisas de dezembro do ano passado e janeiro deste ano, apontou que 61% dos consumidores afirmaram que sites internacionais abriram mais espaço para a população mais pobre ter acesso a bens de consumo.
Entre os entrevistados, a taxa de desistência da compra no momento em que eram cobrados impostos chegava a 37%, enquanto nas classes A e B eram de 32%.
A Ipsos fez outro levantamento, a pedido da Shein, em que 50% dos clientes da plataforma chinesa eram das classes D e E, e 38% da classe C.
Por outro lado, uma pesquisa de dezembro de 2023 da Abvtex, que representa o varejo nacional, mostrou que 84% dizem "preferir comprar de empresas que geram trabalho e renda para os brasileiros". No entanto, afirmam que não o fazem "pela abissal diferença de preço gerada pela isenção do imposto de importação".
A Câmara discute a possibilidade de retomar a cobrança de impostos em compras internacionais até US$ 50. O tema virou queda de braço entre a indústria e o varejo brasileiro contra os gigantes chineses, que ganharam força durante a pandemia.
Com Diego Felix
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