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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

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Deputada quer dar 'pause' em lei da igualdade de gênero

Adriana Ventura propôs período de transição para as empresas publicarem relatórios com políticas salariais para homens e mulheres

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São Paulo

A deputada Adriana Ventura (Novo-SP) quer levar para o Congresso a discussão sobre a lei que obriga as empresas a divulgarem relatórios semestrais sobre equiparação salarial entre homens e mulheres.

De acordo com o projeto de lei protocolado na Câmara na quarta (28), a ideia é prorrogar o início da obrigatoriedade para janeiro de 2026. Pelas regras da legislação atual, as empresas deveriam enviar os relatórios até o dia 29 de fevereiro.

O presidente Lula (dir.) e o ministro do Trabalho, Luiz Marinho (esq.)
O presidente Lula (dir.) e o ministro do Trabalho, Luiz Marinho (esq.) - Pedro Ladeira/Folhapress

O objetivo do governo é promover a equiparação salarial e fiscalizar como as empresas estão aplicando as regras de equiparação. Quem deixar de publicar os relatórios, será penalizado com uma multa de até 3% da folha salarial.

Para a deputada, a lei cria mais uma obrigação às empresas sem o estabelecimento de um período adequado para que elas se planejem.

"A necessidade de publicação semestral de relatórios de transparência salarial e critérios remuneratórios representa uma mudança significativa nos processos internos das organizações, exigindo revisões extensivas em políticas de recursos humanos e sistemas de gestão", diz a deputada no projeto.

Reação

Conforme mostrou o Painel S.A., as empresas já começaram a se movimentar contra a lei.

O grupo DPSP, que reúne a Drogaria Pacheco e Drogaria São Paulo, conseguiu na Justiça autorização para deixar de publicar o relatório que indicava os salários de seus funcionários.

A empresa afirma que corre risco de exposição de informações sensíveis de seus colaboradores, bem como de suas estratégias de negócios. Reclamou ainda que o governo não se comprometeu a seguir a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados).

Também entraram no circuito entidades empresariais como a CNI (Confederação Nacional da Indústria) e a Fiemg (Federação das Indústrias de Minas Gerais).

A confederação pediu ao ministro Luiz Marinho (Trabalho) que seja reaberto o diálogo e propôs o adiamento da publicação dos relatórios de transparência salarial até que as empresas consigam se organizar e aprender a utilizar o sistema do governo.

A Fiemg, por outro lado, pediu a suspensão da lei e disse que ela viola o direito de contraditório e ampla defesa das empresas.

O escritório Andrade Maia Advogados, que defende a Drogaria Pacheco no Judiciário, disse que mais empresas já procuraram a banca.

Procurado, o Ministério do Trabalho negou que a regra infrinja a LGPD. Disse que os relatórios serão "anonimizados" e que poderão ser entregues ainda neste mês.

Com Diego Felix

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