Mais de 5,4 mil quilômetros de cabos de telecomunicações foram roubados e furtados no Brasil no ano passado, uma quantidade 15% maior que a de 2022, segundo a Conexis Brasil Digital, associação que representa o setor.
Se fossem esticados, esses cabos roubados quase conectariam Fortaleza (CE) e Lisboa, capital de Portugal. As duas cidades estão a 5,6 mil quilômetros uma da outra.
"A conectividade é um serviço essencial, cada dia mais importante na vida das pessoas e esses crimes não podem ser vistos como de menor gravidade", afirmou a diretora de Relações Institucionais e Governamentais da Conexis Brasil Digital, Daniela Martins.
Segundo o levantamento, São Paulo foi o estado que mais sofreu com 1,450 mil quilômetros. O volume aumentou 40% em relação ao ano de 2022, quando haviam sido furtados 1,035 milhão de metros.
O Paraná aparece na segunda posição, mas houve uma redução de 6% em relação aos roubos registrados em 2022. Em 2023 foram 955.178 metros de cabos sumidos.
"A queda demonstra, na prática, os resultados para o cidadão da priorização do tema na política pública e nas ações das Forças de Segurança nos estados", disse Martins.
Na sequência, os maiores registros de roubos e furtos estão na Bahia (635.757 metros), Minas Gerais (505.541 metros), Rio Grande do Sul (368.769 metros).
O Rio de Janeiro, que já foi o segundo estado com mais roubos e furto de cabos, passou a ocupar, em 2023, a 10ª posição.
O estado foi o primeiro com a intensificação do diálogo entre autoridades locais e o setor de telecom para ações de combate ao furto, roubo e vandalismo de cabos e equipamentos.
Legislação
O setor de telecomunicações tem defendido uma ação coordenada de segurança pública envolvendo o Judiciário, o Legislativo e o Executivo, tanto o federal quanto os estaduais e municipais, e a aprovação de projetos de lei que aumentem as penas desses crimes e ajudem a combater essas ações criminosas.
"Um ponto considerado essencial pelo setor é a aprovação dos Projetos de Lei nº 3780/2023, 5846/16, e 4997/2019, que tipificam e aumentam a punição para esses crimes que tanto prejudicam o cidadão", afirma Martins.
O setor também defende a punição de empresas que compram equipamentos furtados ou roubados, além da mudança da regra que penaliza as operadoras quando o serviço é interrompido em decorrência do crime.
Com Diego Felix
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