Em reunião com técnicos do Ministério da Fazenda, o ministro das Finanças da Noruega, Trygve Vedum, defendeu, nesta terça (27), mais rigor tributário dos governos sobre empresas que exploram recursos naturais.
Vedum disse que empresas similares na Noruega pagam mais tributos para operar e o dinheiro financia necessidades locais, principalmente saúde e educação.
"Somos um país rico em recursos naturais e nos orgulhamos de como funciona o sistema de taxação na Noruega", disse Vedum ao Painel S.A..
"Os setores de óleo e gás, ou da pesca, por exemplo, não são dominados por uma família ou grande empresa. Uma boa parte desse dinheiro é revertido em ações do governo."
O encontro no Ministério da Fazenda seria liderado pelo ministro Fernando Haddad, que foi diagnosticado com Covid na segunda (26) e não participou da agenda com Vedum.
O ministro norueguês chegou ao Brasil nesta terça e vai participar das reuniões do G20, em São Paulo. Na pauta estarão temas como a diminuição da desigualdade, transição energética e investimentos em meio ambiente.
A Noruega não integra a lista de países do G20, mas foi convidada pelo presidente Lula, que preside o grupo.
Atualmente, o Brasil é o terceiro maior mercado de investimentos da Noruega, perdendo somente para EUA e Suécia.
O empresariado norueguês concentra boa parte do capital em solo brasileiro nos setores de óleo e gás, com forte presença da Equinor, companhia de economia mista da qual o governo da Noruega é acionista majoritário; a Statkraft, empresa que atua com energia renovável; e a Yara, gigante dos fertilizantes.
Mais cedo, Vedum visitou a fábrica da Yara em Cubatão (São Paulo) e disse que a companhia pode ajudar o Brasil a aumentar a produção de fertilizantes, enquanto diminui a produção de gás carbônico.
"A segurança alimentar é importante para o governo brasileiro e ter a autoprodução de fertilizantes dentro do Brasil passa por isso. Aumentar a produção aqui e diminuir a pegada de carbono é um dos principais objetivos da Yara", disse Vedum.
O país nórdico também é o principal financiador do Fundo Amazônia, que, no governo Jair Bolsonaro, parou de destinar recursos, algo que só foi retomado na gestão atual de Lula.
Com Diego Felix
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