A Via, dona da Casas Bahia, do Ponto e do Extra.com, já excedeu em R$ 600 milhões o estimado com reservas de novas ações a serem emitidas pela companhia (follow-on). Nesse ritmo, a varejista deve atingir R$ 2 bilhões, o dobro do esperado inicialmente.
O dinheiro servirá para "reforçar sua estrutura de capital". A Via tem R$ 8,7 bilhões em empréstimos, dos quais R$ 5 bilhões (57% do total) são repasses para instituições financeiras referentes a operações com crediário.
Esse movimento começou na terça (5), quando ela protocolou junto à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) um registro de oferta pública primária para distribuição de 778.649.283 novas ações.
Se a cotação for a mesma do dia anterior (R$ 1,26), a companhia conseguirá cerca de R$ 1 bilhão com a operação. No entanto, com a procura elevada, a operação tende a chegar em R$ 2 bilhões.
O endividamento da Via tem sido acompanhado de perto pelo mercado. Desde que a empresa divulgou seus resultados financeiros do segundo trimestre, a ação já caiu 35%. No ano, acumula queda de 50%.
No segundo trimestre, o endividamento bruto foi de R$ 3,7 bilhões, sendo R$ 1,5 bilhão com risco sacado, operação em que uma instituição financeira, em geral, antecipa o pagamento a ser realizado pelo comprador (varejista) ao fornecedor.
Este foi o ponto fraco da Americanas, que segue sob investigação devido a supostas fraudes ocorridas nessas operações.
Segundo operadores de mercado, quantitativamente, a notícia sobre a alta demanda no follow-on da Via é positiva porque mostra que a empresa tem credores disponíveis para financiá-la.
Internamente, os operadores de mercado se mobilizam para conhecer o perfil dos interessados: se a alta parte de investidores novos ou de fundos que já têm participação na empresa.
Para eles, isso será determinante para fazer o preço da ação subir, mesmo com a diluição da participação dos acionistas atuais.
Com Diego Felix e Stéfanie Rigamonti
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