A Abranet (Associação Brasileira de Internet) formalizou, nesta terça (12), sua desfiliação do Conar, entidade responsável pela autorregulação da publicidade no país.
A decisão ocorre uma semana após o veto do Conar a um anúncio da Abranet em favor das compras parceladas sem juros.
De acordo com a associação, a campanha em questão defendia os pontos de vista de empresas de maquininhas e comerciantes, que são contra o lobby dos bancos no Congresso pelo fim do parcelado sem juros.
A associação acusa o Conar de censurar uma campanha de caráter informativo.
Nas últimas semanas, os bancos passaram a defender mudanças nas compras parceladas sob o entendimento de que a inadimplência nessa modalidade é alta.
Por negar ser contrária ao parcelado sem juros, a Febraban acionou o Conar e pediu a suspensão da campanha da Abranet.
Em seu comunicado de desfiliação, a Abranet diz que o Conar se tornou protagonista no debate pela redução dos juros do rotativo do cartão, "ajudando os bancos favoráveis à não competição".
"A campanha da Abranet foi informativa, alertando os milhões de vendedores e compradores sobre o que ocorria na intrincada discussão nos bastidores de Brasília. Mesmo diante dessa realidade, o Conar resolveu censurar a campanha da Abranet. E o fez a pedido da Febraban, em nome de Bradesco, Itaú e Santander", afirma no comunicado Carol Conway, presidente da associação.
A Abranet diz que é filiada ao Conar desde 1996 e sempre acreditou no modelo de defesa da livre expressão e competição do órgão de regulação.
"Infelizmente, não restou outra alternativa a não ser a desfiliação", diz Conway.
Em nota, a direção do Conar disse que o pedido de desfiliação será respondido diretamente à Abranet e que a representação ética instaurada contra a campanha da entidade seguirá em tramitação no Conselho.
O Conar afirmou que respeita a decisão da Abranet e que segue com o compromisso de integridade e independência no exame dos princípios éticos da publicidade brasileira.
Com Diego Felix
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