O ministro do Supremo Cristiano Zanin recebeu, nesta quarta (30), um pedido de habeas corpus em favor do empresário Luciano Hang, dono da Havan, para que o processo contra ele no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) seja encerrado.
A iniciativa, no entanto, não partiu de seus advogados. A petição foi protocolada à revelia de Hang pelo advogado Plínio Garcia.
Em carta enviada ao empresário, Garcia se declarou um admirador e disse ter agido dessa forma por não conseguir "ficar inerte" à recente decisão do ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE.
Há duas semanas, Moraes mandou arquivar o inquérito contra diversos empresários que, num grupo de WhatsApp, atacaram o STF, o TSE e as urnas eletrônicas durante o período eleitoral.
No entanto, Moraes manteve as investigações sobre Hang e Meyer Nigri.
Hang se recusou a entregar as senhas de seus dois iPhones para o STF. Os peritos tentam até hoje descobrir o código para verificar as mensagens.
Esse foi um dos motivos pelos quais Moraes estendeu por mais dois meses as investigações.
"Deixo aqui consignado que nada estou lhe cobrando por essa minha iniciativa, que exerço por amor ao Direito, à nossa liberdade e oposição ao arbítrio."
O advogado mantém um blog, o Locus Legis, em que escreve contra o que chama de ativismo judiciário.
A situação causa agora um tumulto processual na já delicada situação do empresário, que acabou de ter seus bens desbloqueados —com exceção dos dois telefones.
Procurados, Eduardo Pizarro Carnelós, Alberto Moreira e Flavio Schegerin Ribeiro, que defendem Hang junto ao TSE, disseram que não comentam processos em curso.
Com Diego Felix
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