A defasagem na tabela do IR preocupa sindicalistas envolvidos nas negociações salariais deste ano. Eles insistem que a meta é conseguir reposição da inflação mais o aumento real. Porém, depois dos reajustes, o desconto do tributo pode ficar maior.
A tendência de solução para o desequilíbrio deve aparecer nas campanhas salariais de sindicatos como dos bancários e metalúrgicos, que começam neste segundo semestre e, historicamente, puxam as demais categorias.
No caso dos metalúrgicos, o salário médio é de R$ 4.000. Com este valor, a alíquota do IR é de 22,5%. Se o salário passar de R$ 4.664, o desconto sobe para 27,5%, segundo o presidente da Federação Estadual dos Metalúrgicos, Erick Silva.
Mesmo elevando o valor do abatimento do IR e correndo o risco de enfraquecer o ganho no salário, sindicalistas dizem que a prioridade vai ser o aumento real. A alternativa levantada por alguns seria compensar com outros benefícios como o aumento de PLR (participação nos lucros e resultados), vale-alimentação e outros.
"Sem o reajuste, estaríamos punindo o trabalhador de novo", afirma Juvandia Moreira, presidente da Contraf-CUT (confederação dos trabalhadores do ramo financeiro). Para Erick Silva, o debate sobre a correção da tabela do IR vai ficar apenas para o próximo ano.
Joana Cunha com Paulo Ricardo Martins e Gilmara Santos
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