A J&F Investimentos, holding que administra negócios como a JBS e o banco Original, fez pelo menos dez tentativas de reabrir um inquérito que apurava extorsão na briga do grupo com a Paper Excellence pelo controle da Eldorado Brasil.
São recursos, pedidos de correição, apelações e mandados de segurança ora buscando reverter o arquivamento do inquérito, ora pedindo que a Justiça de São Paulo revise a decisão de separar essa investigação de outra, que trata do hackeamento do servidor de email da J&F.
O volume de recursos é visto como uma tentativa da holding de manter vivas suspeitas em relação à conduta da Paper Excellence enquanto um outro processo não chega ao fim -aquele em que a J&F pede à Justiça a anulação da arbitragem da qual a concorrente saiu vitoriosa.
Teve início na semana passada uma série de audiências referentes ao processo, marcadas pela juíza Renata Maciel, da 2ª Vara Empresarial de Conflitos Relacionados à Arbitragem.
Em 2021, ela chegou a decidir pela conclusão da transferência da Eldorado, mas a decisão foi suspensa pelo TJ-SP.
A briga entre as duas empresas tem ares de novela dado o número de reviravoltas. Em 2017, depois de pagar R$ 3,8 bilhões para os irmãos Wesley e Joesley Batista, a Paper firmou contrato de compra e venda e recebeu parte das ações da Eldorado. Antes de o negócio ser concluído, as empresas se desentenderam e o caso foi parar no Tribunal Arbitral.
Para anular a decisão da arbitragem, a J&F aponta parcialidade de um dos três árbitros que atuou na ação e levanta a suspeita de que a CA Investment, subsidiária da Paper, teria bancado um livro, publicações de reportagens e ameaças a seus executivos, além do hackeamento dos servidores de emails da holding.
com Fernanda Brigatti
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