Empresários que simpatizam com as bandeiras liberais do MBL (Movimento Brasil Livre) estão preocupados com o estrago que os áudios sexistas de Arthur do Val podem provocar no liberalismo econômico da terceira via para a eleição deste ano.
A avaliação é que sem dividir palanque com Mamãe Falei, a candidatura de Sergio Moro, vista com bons olhos por uma parte do empresariado que não quer Lula nem Bolsonaro, perdeu não só um grande puxador de votos nas redes sociais mas também uma vitrine das pautas de interesse na economia.
Segundo a análise de um grande empresário, os membros do MBL sempre foram vistos como aliados úteis porque sabem fazer barulho e atrair plateia para as causas liberais com fôlego jovem no ambiente da internet.
O deputado federal Kim Kataguiri, que no mês passado também decepcionou com a fala sobre nazismo, é visto como um parlamentar que vota certo no plenário, ou seja, sempre obedecendo a cartilha do empresariado liberal.
Porém, o comportamento é o que desagrada os mais discretos, segundo um empresário mais velho e experiente, que diz sentir constrangimento para comentar as falas de Mamãe Falei contra as ucranianas .
A avaliação é que, além de distribuir ofensas e colecionar inimigos ao longo dos anos, faltou pragmatismo e sobrou vaidade para o grupo, uma combinação que não costuma funcionar no longo prazo, pelo menos na gestão dos negócios.
Desde que ganharam notoriedade, os membros do MBL atraíram a atenção de nomes de peso do empresariado, como Luciano Hang (Havan) e Flávio Rocha (Riachuelo), que até se aliou ao grupo em uma tentativa de se candidatar à Presidência em 2018.
Joana Cunha com Andressa Motter e Ana Paula Branco
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.