O governo do Rio Grande do Sul aposta que as resistências impostas por muitos municípios aos planos de privatização da Corsan, companhia estadual de saneamento básico, não são suficientemente fortes para esfriar o interesse dos investidores pela estatal, que será posta à venda no próximo ano.
A Corsan anunciou nesta sexta (17) que 74 dos 317 municípios que ela atende atualmente assinaram novos contratos com a empresa até quinta (16), último dia fixado pela legislação estadual para adesão das prefeituras às condições propostas pelo governo gaúcho para o processo de privatização.
Várias prefeituras deixaram para assinar os novos contratos quando faltavam poucas horas para o encerramento do prazo, num reflexo das incertezas que muitos municípios têm sobre as possibilidades de ganho com a venda da empresa, apesar dos incentivos oferecidos aos que aderiram ao projeto.
Os 74 municípios reúnem a maior parte da população atendida pela Corsan, que vive em cidades de pequeno e médio porte do interior e da região metropolitana de Porto Alegre, e representam 52% do seu faturamento, segundo a companhia. Os novos contratos têm vencimento em 2062.
"Ficamos surpresos com a oposição de muitos prefeitos, porque esperávamos mais resistência nas cidades maiores", disse o secretário estadual da Casa Civil, Artur Lemos. "Mas várias prefeituras perceberam que a privatização será um bom negócio para elas."
Alguns municípios que preferiram não participar do processo continuarão sendo atendidos pela estatal porque seus contratos ainda estão longe de vencer. Pelas regras do novo marco legal do saneamento básico, eles poderão abrir licitações para contratar novos concessionários quando isso ocorrer.
Com Ricardo Balthazar (interino), Andressa Motter e Ana Paula Branco.
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