O relaxamento da quarentena e a reabertura das livrarias abriu caminho para uma forte recuperação das vendas de livros nos últimos meses. Segundo um levantamento feito pela consultoria Nielsen e pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros, foram vendidos 4,1 milhões de obras em novembro, gerando receitas 21% acima das obtidas no mesmo mês do ano passado. O faturamento acumulado no ano até aqui atingiu patamar semelhante ao alcançado em 2019.
Ismael Borges, da Nielsen, atribui a recuperação à demanda reprimida durante os meses em que as lojas ficaram fechadas por causa da pandemia do coronavírus. Além disso, o mercado adotou descontos mais generosos para se recuperar, reduzindo em até 30% os preços dos livros mais procurados.
O fechamento das livrarias no início da pandemia fez aumentar as vendas na internet, diz Borges. Embora o movimento esteja se recuperando nas lojas físicas, o volume ainda está longe do nível anterior à crise. A pesquisa não inclui vendas de livros digitais, que cresceram com o distanciamento social.
Marcos Pereira, presidente do Sindicato dos Editores, considerou o resultado surpreendente. Segundo ele, as previsões para o setor eram de uma queda acumulada de 20% no ano. A concentração das vendas na internet ainda inibe o lançamento de novos títulos, porque as editoras dependem das livrarias para ganhar leitores, afirma.
Ricardo Balthazar (interino), com Filipe Oliveira e Mariana Grazini
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