Nova fronteira no radar dos investidores preocupados com o avanço das mudanças climáticas, as fazendas verticais, conhecidas no Japão e em outros destinos menos favorecidos pela agricultura, ganham atenção no Brasil. Trata-se de um modelo de cultivo de alimentos em estantes para melhorar o aproveitamento do espaço, em ambiente fechado com temperatura, água, iluminação e oxigenação sob controle, por meio de tecnologias que vêm se tornando mais baratas.
A paulistana Pink Farms vem produzindo quatro toneladas de hortaliças mensalmente para restaurantes e o varejo. Geraldo Maia, sócio da empresa, planeja lançar uma captação de recursos online em novembro para buscar investimentos de até R$ 5 milhões e financiar unidades maiores, capazes de produzir 800 toneladas por ano.
Mas o consumo de energia e o custo por metro quadrado da fazenda vertical ainda são maiores do que no campo, diz Paulo Bressiani, da Fazenda Cubo, que tem loja e produção no bairro de Pinheiros, em São Paulo. “Ainda não dá para competir com a verdura na feira. Por isso, nosso foco são variedades especiais e de maior valor agregado”, afirma.
Na Fazenda Urbana, a opção é produzir microverdes, plantas que acabaram de deixar de ser broto, com três dias desde a germinação. Com isso, é possível oferecer produto de valor nutricional e preço viável, diz Rodrigo Meyer, sócio da empresa. “Ninguém vai pagar mais caro o pé de alface porque ele cresceu no ar-condicionado”, afirma.
Na semana passada, a startup americana Plenty anunciou aporte de US$ 140 milhões do Softbank e da empresa Driscoll’s, um movimento visto como a confirmação de que grandes investidores reconhecem a viabilidade das fazendas verticais, segundo Francisco Jardim, do fundo SP Ventures, especializado em startups agrícolas.
Com Filipe Oliveira e Mariana Grazini
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