Capilaridade Uma das principais responsáveis pela distribuição das doações à população vulnerável na pandemia, a Cufa (Central Única das Favelas) registrou mais de 7.000 toneladas de produtos entregues em cerca de 20 dias, segundo Celso Athayde, coordenador-geral da organização, um volume que ele diz nunca ter imaginado nos 20 anos desde a fundação com o rapper MV Bill. Mas ainda há gargalo na distribuição. “A gente não recebe um centavo de apoio logístico”, afirma Athayde.
Operação Os centros de formação da Cufa foram transformados em centros de distribuição na pandemia. “Hoje, recebo 300 toneladas de frango temperado, não pode ficar fora do gelo. Precisamos da logística capaz de receber, gente para descarregar e cadastrar os moradores”, diz Athayde.
Balança Para ele, uma solução seria abater parte do imposto de empresas doadoras e investir na distribuição. “Vai ter de ter mobilização de recursos à parte para rodar a operação. Do contrário, vai ficar na boa vontade”, diz. A Cufa atua em todos os estados.
Causa A onda tem nomes como Natura, Boticário, Kraft Heinz, Friboi e auditorias. Mas Athayde alerta para a necessidade de prosseguir porque grande parte dos moradores das favelas atua como informal ou autônomo, em atividades que podem continuar atingidas por muitos meses.
Horizonte “A crise mais expressiva que uma sociedade pode ter é a de perspectiva. A hora em que essa perspectiva some, aí nós estamos falando de anomalia, selvageria, rebelião nacional. Todo mundo perde. Não adianta estar em casa, com estoque, que ela vai ser invadida”, diz ele.
Prosa
“Neste momento, ou dividimos com a favela a riqueza que ela sempre produziu, ou vamos dividir as consequências da miséria que a elite sempre concentrou
Celso Athayde
coordenador-geral da Cufa
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com Filipe Oliveira e Mariana Grazini
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