O PT tem buscado costurar alianças para candidaturas a prefeitos e vice-prefeitos nas eleições de outubro já com a preocupação de negociar apoio para o Senado nas eleições em 2026, em meio ao temor de que a oposição ganhe ainda mais força na Casa na próxima legislatura.
O partido tem enfrentado dificuldades para barrar propostas conservadoras no Senado. Só neste ano viu ser aprovada uma PEC (proposta de emenda à Constituição) que criminaliza porte e posse de drogas, em resposta ao julgamento do STF (Supremo Tribunal Federal) que pode descriminalizar a maconha para uso pessoal. O texto foi aprovado em primeiro turno por 53 votos a 9 e, em segundo turno, por 52 a 9. O PT ficou isolado ao orientar contra a PEC.
O Senado também impôs outras derrotas ao governo, entre elas a rejeição do indicado por Lula para o comando da DPU (Defensoria Pública da União) após um desgaste com um seminário sobre aborto legal que seria organizado pelo órgão. Sem falar na participação na derrubada de vetos de Lula, como na última sessão do Congresso.
Em 2022, um terço das 81 vagas para o Senado foram colocadas em disputa. Como mostrou a Folha, 44% das cadeiras foram ocupadas por partidos com perfil conservador e por nomes associados ao ex-presidente Jair Bolsonaro, entre eles ex-ministros como Tereza Cristina (Agricultura), Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia), Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional), Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos) e Jorge Seif (Pesca).
Nas próximas eleições, os outros dois terços estão em jogo. A intenção do PT é já iniciar as costuras para obter apoios de partidos de centro e que hoje compõem a base para tentar fortalecer a posição do partido e melhorar o cenário para um eventual segundo mandato de Lula, caso o presidente concorra à reeleição.
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