O vice-governador do Maranhão, Felipe Camarão, principal quadro do PT no estado, pediu a expulsão do presidente do sindicato dos trabalhadores em educação, Raimundo Oliveira, que também é filiado ao partido.
O motivo é uma divergência sobre a aplicação dos chamados precatórios do Fundef (fundo para educação fundamental), uma verba da União que não foi repassada aos estados entre 1998 e 2006 e agora está sendo distribuída por decisão do STF.
O sindicato entende que o valor total da primeira parcela dos precatórios, ou R$ 1,05 bilhão, deve ser pago em forma de bônus aos trabalhadores da educação, enquanto o governo do estado quer saldar apenas o principal da dívida, sem os juros, o que derruba o valor para R$ 480 milhões.
O sindicato foi ao STF e obteve liminar do ministro Nunes Marques, provocando reação do governo maranhense. Camarão, que é também secretário estadual da Educação, retaliou pedindo a expulsão de Oliveira.
"Virou uma questão pessoal do secretário, que numa atitude de desespero solicitou a minha expulsão do PT. É um absurdo, num partido que tem em sua essência o sindicalismo", diz Oliveira.
O partido diz que recebeu o pedido de expulsão e que o rito normal nesses casos será seguido, com as duas partes sendo chamadas a se manifestar. "Acho de uma grande arbitrariedade e um desrespeito. Ele [Camarão] se acha maior do que todos, que é dono do partido", afirma o sindicalista.
Em nota, o vice-governador afirmou que o pedido de expulsão de Oliveira ocorreu "devido à sua atitude que tem prejudicado os legítimos interesses e direitos dos trabalhadores da educação do sistema estadual de ensino público".
Camarão diz ainda que o sindicalista "empreendeu esforços para retirar acentuada parcela do valor cabível à categoria dos precatórios do Fundef (15%) para entregar a uma banca de advogados que sequer ingressou com a ação na Justiça, uma vez que a mesma foi feita única e exclusivamente pelo Estado do Maranhão".
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