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Descrição de chapéu Chuvas no Sul

Ministério envia ao RS diretrizes para atendimento a mulheres durante crise climática

Ministra Cida Gonçalves diz que mulheres enfrentam obstáculos maiores, embora emergência atinja a todos

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Brasília

O Ministério das Mulheres enviou na quarta-feira (29) ao governo do Rio Grande do Sul um documento com diretrizes para serem aplicadas em emergências climáticas e crises humanitárias para proteção de mulheres e meninas afetadas nessas situações.

O documento se baseia em experiências implementadas pela ONU Mulheres em casos semelhantes e incorpora contribuições da sociedade civil, como de representantes dos movimentos de mulheres e feministas do estado e de agentes governamentais.

Abrigo no ginásio da PUC (Pontifícia Universidade Católica), que acolhe famílias desabrigadas depois das enchentes no RS
Abrigo no ginásio da PUC (Pontifícia Universidade Católica), que acolhe famílias desabrigadas depois das enchentes no RS - Carlos Macedo/Folhapress

São oito seções com orientações para ações de resgate e salvamento, pós-resgate, encaminhamento para serviços e suporte e atendimento para meninas e mulheres que estejam enfrentando violência de gênero, entre outros tópicos.

Uma das recomendações, por exemplo, envolve a atuação em casos de violência sexual. A ministra Cida Gonçalves (Mulheres) ouviu relatos de abusos contra meninas e mulheres nos abrigos que receberam afetados pelas enchentes no estado.

Nas diretrizes enviadas ao governo de Eduardo Leite (PSDB), o ministério indica que, em casos de violência sexual, meninas e mulheres devem ter acesso garantido a medidas de prevenção contra infecções sexualmente transmissíveis e pílula do dia seguinte, conforme previsto em lei. O atendimento deve priorizar a saúde das vítimas e não é obrigatório que tenham feito boletim de ocorrência.

O documento recomenda ainda que sejam garantidos abrigos exclusivos para mulheres e seus filhos, mas que deve ser respeitada a decisão de ir ou não ao local.

Outra orientação é que os cadastros feitos permitam o registro de informações sobre orientação sexual e identidade de gênero, raça e etnia e de pessoa com deficiência. Os atendentes são orientados a evitar comportamentos que possam infantilizar ou revitimizar mulheres e meninas.

Há trecho dedicado às mulheres negras. O documento lembra que o racismo institucional "as impede de terem acesso a atendimento médico, exames e medicamentos de forma adequada."

A intenção é que as diretrizes sejam seguidas por órgãos governamentais, profissionais de serviços no atendimento a mulheres e meninas em situação de violência de gênero, organizações da sociedade civil e voluntários.

"O documento aponta que, durante crises climáticas e humanitárias, todas as pessoas são afetadas, mas em razão das desigualdades de gênero, do racismo estrutural e das desigualdades econômicas, as mulheres e meninas em suas diversidades sofrem suas consequências com mais intensidade, sofrendo
restrições a seus direitos, maiores obstáculos para acesso a serviços e recursos para sua sobrevivência", diz a ministra das Mulheres.

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