O ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Yvan Gil, compartilhou, recomendou e classificou como importante uma série de mensagens publicadas no X (antigo Twitter) por João Pedro Stedile. Nelas, o líder do MST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra) rebate o recente posicionamento crítico do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre as eleições na Venezuela.
"A nota dos burocratas do Itamaraty é uma vergonha. Imaginem se o governo da Venezuela tivesse criticado o processo eleitoral brasileiro? Tampouco vi comentários deles sobre outros países. O que pensa o Itamaraty sobre as eleições de El Salvador, do Haiti ou dos Estados Unidos? Um sistema viciado que só admite dois candidatos e os eleitos são escolhidos por delegados, não pela maioria do povo. Mas lá é democracia...", escreveu Stedile.
O coordenador nacional do MST também escreveu que os "ditos setores progressistas" do Brasil e da América Latina repetem "frases que o Império aprecia" e dizem que o sistema venezuelano não é democrático "para poderem aparecer na imprensa burguesa".
Na terça-feira (26), o governo Lula mudou de tom e criticou pela primeira vez o bloqueio à candidatura da opositora Corina Yoris, nome escolhido pela principal força de oposição contra o chavismo nas eleições de julho na Venezuela.
Em nota, o Itamaraty disse que "acompanha com expectativa e preocupação o desenrolar do processo eleitoral" no país.
A professora universitária Corina Yoris seria a candidata da coalizão Plataforma Unitária, em substituição a María Corina Machado, que foi inabilitada para exercer cargos públicos por 15 anos pelo regime. María Corina venceu com folga as primárias da oposição no ano passado e era favorita nas pesquisas.
A aliança, porém, denunciou que foi impedida de incluir Yoris na disputa.
Em suas publicações no X, Stedile disse que Maria Corina é de extrema direita e a comparou ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
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