A Polícia Civil de São Paulo gravou e publicou nas suas redes sociais um vídeo da manifestação de domingo (25), convocada por Jair Bolsonaro (PL). O material inclui tomadas aéreas, que mostram o tamanho do ato na avenida Paulista, e também imagens de carros e de policiais que trabalharam no evento.
Nos comentários do vídeo, apoiadores de Bolsonaro elogiam a atuação da polícia e exaltam o ex-presidente. Outros apontam suposta parcialidade da polícia em publicar a gravação.
"Dando uma aula na PF [Polícia Federal]", diz um dos comentários. Bolsonaro e seus aliados são investigados pela Polícia Federal por participação em uma suposta trama golpista para mantê-lo na Presidência.
"Cuidado para a imagem da corporação não parecer que está fazendo proselitismo. A polícia é instituição de estado. Mesmo com um post singelo acaba promovendo 'o culto'", afirma outro comentário.
A Polícia Civil faz parte da Secretaria de Segurança Pública, que é comandada por um aliado de Bolsonaro, Guilherme Derrite.
No fim da tarde do domingo, Derrite escreveu nas redes sociais que 750 mil pessoas estiveram presentes no protesto. Procurada pela Folha, a Polícia Militar disse que não fez o cálculo. Questionada, a secretaria informou que a estimativa havia sido feita pela Polícia Militar.
O número de 750 mil era justamente o que a organização do ato dizia aguardar na Paulista.
Já o grupo da USP Monitor do Debate Político no Meio Digital estimou em 185 mil pessoas o público presente no pico da manifestação, às 15h.
Em nota, a Polícia Civil afirma que a publicação teve o objetivo único e exclusivo de "mostrar a atuação operacional da Polícia Civil para garantir a segurança da população ao longo do ato, assim como foi realizado em outros eventos."
Como exemplo, cita a publicação de um vídeo no Carnaval. "As publicações incluíram tanto o planejamento, como os resultados, por exemplo, quando diversos celulares furtados foram apreendidos e recuperados. Em outras postagens, dicas de segurança foram dadas à população."
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