O nome de Bruno Covas (PSDB), prefeito de São Paulo entre 2018 e 2021, deverá se tornar referência frequente na disputa eleitoral da capital em outubro.
O prefeito Ricardo Nunes (MDB) pretende destacar que seu mandato é a continuidade de projeto que foi iniciado com o tucano, de quem foi vice-prefeito. O emedebista manteve em secretarias e cargos de segundo escalão diversos aliados de Covas, como Fernando Padula (Educação), Alexandre Modonezi (Subprefeituras) e Gustavo Pires (SPTuris).
Guilherme Boulos (PSOL), por sua vez, quer trabalhar a figura do democrata Bruno Covas, que se opôs a atitudes e discursos autoritários de Jair Bolsonaro (PL), para contrapô-la a Nunes, que pede o apoio do ex-presidente.
Na campanha de 2020, Bruno Covas dizia ter anulado o voto em 2018 por não enxergar em Bolsonaro "nenhum discurso que agregasse valores democráticos". Ele organizou um festival chamado "SP Sem Censura", com produções artísticas censuradas durante a gestão Bolsonaro, e fez oposição à condução do combate à pandemia por parte do governo federal.
Já Tabata Amaral (PSB) tem incorporado ideias e aliados do tucano. Três secretários do neto de Mario Covas (PSDB) hoje compõem a sua equipe: Orlando Faria, Vivian Satiro e Luiz Álvaro, além de outros antigos membros da gestão psdbista que colaboram informalmente. A deputada aposta em sua afinidade ideológica com o PSDB histórico para convencer o partido a apoiá-la na eleição.
Ex-presidente municipal do PSDB, Faria tem afirmado que Bruno Covas reprovaria a aliança de Nunes com Bolsonaro e que o projeto de Tabata é o que mais se alinha às ideias do ex-prefeito, de quem era um dos aliados mais próximos.
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